A fusão da Universidade, dita Clássica, com a Universidade Técnica, ambas de Lisboa, parece, para quem está de fora, uma boa ideia.
São duas universidades grandes, tendo em conta o que é grande no nosso país, mas complementares e a fusão faz nascer uma universidade completa que, até agora, Lisboa não tinha.
No que toca à Universidade do Minho esta fusão, a meu ver, não a afecta, apenas exigindo dela uma particular atenção no sentido de que os tempos são de decisões estratégicas e que não há lugar nem para a facilidade nem para o imobilismo.
A eventual ideia de uma fusão com a Universidade do Porto não parece ser uma boa ideia, nem para cada uma delas, nem para a região.
Não deixa de ser interessante, por outro lado, que a nova Universidade de Lisboa reclame um estatuto idêntico ao das fundações previstas no RJIES, por causa da autonomia. Repare-se que não se fala em passar a fundação mas em beneficiar dos respectivos benefícios financeiros. Como temos defendido não é preciso ser fundação para ter mais autonomia. O que é preciso é que a autonomia financeira seja efectiva e para isso a dos municípios, com algumas adaptações, serve de exemplo.
Outro aspecto a ter em atenção é o pedido (exigência?) do apoio claro do Governo à fusão. Curiosamente este pedido não é uma afirmação de autonomia. Parece mais um pedido de ajuda privilegiada. Ora, a nova universidade não deve ter privilégios.
Do Governo, o que pode e deve pedir-se é que esclareça qual a sua política em relação ao ensino superior e nomeadamente em relação às universidades, tratando todas com critérios objectivos de equidade.
É este um assunto a seguir com a melhor atenção.