A Associação de
Estudantes de Direito (AEDUM) foi fundada em 1996, três anos após a
criação do Curso de Licenciatura em Direito, o terceiro curso público no
país, depois de Coimbra e de Lisboa. Sinto-me a ela muito ligado desde o
seu início e visito frequentemente a sua sede.
Ao longo destes 20 anos a AEDUM teve naturalmente momentos bons e
menos bons, mas procurando sempre defender os interesses dos estudantes.
A Gala da AEDUM, assinalada este ano no dia 21.12.2016, é um dos atos
que tem tido sempre continuidade. Lembramos também a publicação, em
certa altura, de um jornal, nomeadamente o “Vox Iuris” e a sua atividade
editorial.
Os atuais responsáveis pela AEDUM (uma associação não é só um
presidente, é uma equipa) têm procurado desenvolver, para além de uma
boa gestão financeira, um conjunto de atividades em prol dos estudantes
de Direito e, por tudo isso, merecem aplauso. Seguramente darão devida
nota no momento de apresentação do relatório de atividades e contas.
A AEDUM tem estado sempre pronta a colaborar com a Escola de
Direito, mas sabe que tem uma agenda própria e mal de uma associação de
estudantes que não é lutadora e irreverente, sem deixar de ser educada. A
AEDUM tem, dentro da Escola, o exemplo de Francisco Salgado Zenha e
vale sempre a pena lembrar o que ele e sua equipa fizeram, em Coimbra, à
frente de uma associação em tempos muito difíceis. Basta ler o primeiro
dos “Textos Escolhidos”, que estão publicados aqui em Braga.
Da AEDUM espera-se muito, assim ela corresponda.
PS – Ocorreram recentemente as eleições para a AAUM, tendo sido
reeleito Bruno Alcaide, a quem felicitamos e desejamos um bom mandato
para bem da Universidade do Minho e da Associação. A grande novidade
destas eleições foi, para além de uma maior participação eleitoral, a
presença de duas listas fortes. Desejamos que essas listas representem,
não apenas uma luta pelo poder dentro da AAUM, mas duas perspetivas
diferentes de encarar o papel dos estudantes na Associação e na
Universidade, em geral. Se assim for, teremos proximamente disputas
eleitorais muito enriquecedoras e mais democráticas.
in Diário do Minho
segunda-feira, 26 de dezembro de 2016
quinta-feira, 23 de junho de 2016
Um reitor (ou reitora) capaz e com elevado sentido ético!
Em 2017, vamos ter eleições locais a nível nacional e o assunto já está a ser falado (e a meu ver bem, pois, antes das eleições há uma fase muito importante que é a da escolha dos candidatos) e vamos ter eleições, também, para a Universidade do Minho.
Não deixa de ser significativo o facto de o mandato de presidente da Câmara e o de reitor terem a mesma duração (4 anos) e haver também limitação de mandatos (3, no caso das autarquias locais, 2, no caso das universidades públicas).
A democracia é um regime de responsabilidade. A escolha do melhor é sempre a finalidade de uma eleições e, mais ainda, numa Universidade, pois aí a democracia deve ser exemplar.
As eleições que vão ocorrer em 2017 não são para eleger diretamente o reitor, constituindo antes uma espécie de eleição indireta. Os membros da academia (professores, estudantes e funcionários) escolhem diretamente, pelo método proporcional, os membros do conselho geral (17) e, depois de um processo de cooptação de membros externos (6), o conselho geral, em pleno, escolhe o reitor ou a reitora.
Frequentemente as listas dos professores (são os professores que escolhem o maior número de membros para o conselho geral) concorrem logo com um candidato anunciado, mas tal não é obrigatório e nem sempre assim sucede. Mas devia, pois a escolha de um candidato e de uma equipa é muito importante.
O que se exige de um candidato a reitor? Antes de mais, qualidades morais. É fundamental que seja, do ponto de vista ético, irrepreensível, não favorecendo no exercício das suas funções pessoas amigas, prejudicando despudoradamente outras. Reitor capaz de praticar o favoritismo não merece estar à frente da Universidade do Minho ou de qualquer outra Universidade.
Depois, exige-se que tenha uma equipa bem constituída, uma equipa de governo que dê confiança e também que tenha um projeto de universidade que seja credível, bem sustentado e com largos horizontes.
A Universidade do Minho não tem pensamento único. Há várias correntes de opinião. É desejável que seja possível gerar pelo menos duas candidaturas fortes, com um bom programa, e candidatos (as) que mereçam confiança também do ponto de vista moral.
in Diário do Minho
Não deixa de ser significativo o facto de o mandato de presidente da Câmara e o de reitor terem a mesma duração (4 anos) e haver também limitação de mandatos (3, no caso das autarquias locais, 2, no caso das universidades públicas).
A democracia é um regime de responsabilidade. A escolha do melhor é sempre a finalidade de uma eleições e, mais ainda, numa Universidade, pois aí a democracia deve ser exemplar.
As eleições que vão ocorrer em 2017 não são para eleger diretamente o reitor, constituindo antes uma espécie de eleição indireta. Os membros da academia (professores, estudantes e funcionários) escolhem diretamente, pelo método proporcional, os membros do conselho geral (17) e, depois de um processo de cooptação de membros externos (6), o conselho geral, em pleno, escolhe o reitor ou a reitora.
Frequentemente as listas dos professores (são os professores que escolhem o maior número de membros para o conselho geral) concorrem logo com um candidato anunciado, mas tal não é obrigatório e nem sempre assim sucede. Mas devia, pois a escolha de um candidato e de uma equipa é muito importante.
O que se exige de um candidato a reitor? Antes de mais, qualidades morais. É fundamental que seja, do ponto de vista ético, irrepreensível, não favorecendo no exercício das suas funções pessoas amigas, prejudicando despudoradamente outras. Reitor capaz de praticar o favoritismo não merece estar à frente da Universidade do Minho ou de qualquer outra Universidade.
Depois, exige-se que tenha uma equipa bem constituída, uma equipa de governo que dê confiança e também que tenha um projeto de universidade que seja credível, bem sustentado e com largos horizontes.
A Universidade do Minho não tem pensamento único. Há várias correntes de opinião. É desejável que seja possível gerar pelo menos duas candidaturas fortes, com um bom programa, e candidatos (as) que mereçam confiança também do ponto de vista moral.
in Diário do Minho
quinta-feira, 5 de maio de 2016
quinta-feira, 28 de abril de 2016
Crítica e Silêncio
Crítica e silêncio, em regra, opõem-se. Embora, em certos e muito precisos contextos, o silêncio possa constituir uma forte crítica, esta exprime-se exatamente contra o silêncio. Em vez de calar (ou manifestar apenas num círculo privado a sua opinião), alguém tem a coragem de criticar publicamente.
A coragem é precisa, pois quem critica sujeita-se a ser criticado e a sofrer consequências por causa dessa sua atitude. Coragem tanto maior quando o autor indica factos concretos e autores, não se ficando, pois, por afirmações que poderemos afirmar constituir uma crítica ligeira (suave).
Se alguém diz ou escreve, por mero exemplo, que alguém usou o seu alto cargo público para favorecer despudoradamente pessoa amiga, prejudicando outras, ou que o processo eleitoral numa determinada organização , apesar de ser formalmente democrático esteve longe de ser realmente democrático, ou ainda que determinada medida foi mal tomada e prejudicou a instituição ou a comunidade dela destinatária faz uma crítica suave. Uma crítica que, por vezes, só pode ser entendida por quem se revê nessa crítica. Esta é para mim, dirá, em silêncio, quem, porventura, se considerar visado.
Esta transformar-se-á numa crítica forte e direta se o autor mencionar factos concretos e nome dos autores, correndo nesse caso o risco de ser ainda mais criticado e de sofrer consequências mais severas. Essas consequências num Estado de direito democrático nem são tanto as judiciais, pois os tribunais sabem distinguir a liberdade de crítica do abuso dessa liberdade e garantem, ao mesmo tempo, a liberdade de expressão consagrada na Constituição vigente.
As consequências mais prejudiciais são as que utiliza o titular (ou titulares) do poder criticado, assumindo atitudes em relação às quais é difícil a defesa. É muito frequente a atitude de quem, exercendo o poder, não reage de imediato perante a crítica, mas espera o momento oportuno para atingir quem ousou falar. Quem me lê, sabe como é fértil a imaginação de quem usa o poder para esse fim.
Por isso, é muito comum, infelizmente, o silêncio de quem podia e devia criticar. O raciocínio é simples: se eu não critico (e até aplaudo) sou bem visto e tenho o caminho mais aberto para conseguir o que pretendo. Se falo, só vou arranjar problemas. Dizia, mais ou menos isto, um humorista português bem conhecido pelos mais velhos: “ a minha política é o trabalho e não me tenho dado nada mal com isso”.
É essa uma atitude muito própria de há mais de 40 anos, mas passado esse tempo, já é de desejar - e mesmo exigir - cidadãos ativos que sejam capazes de aplaudir quando for o caso (coisa fácil), mas de criticar quando a crítica, a seu ver, se impõe (algo muito mais difícil).
Criticar, faz parte da educação para a cidadania que tão precisa é.
in Diário do Minho
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Uma aula de direito no Palácio de Belém
O acontecimento passou quase despercebido, mas não devia.
Pela primeira vez, nos quarenta anos da nossa democracia, um Presidente da República deu uma aula de Direito Constitucional, que está gravada, a alunos de Direito, fundamentalmente do 1.º ano, no Palácio de Belém, no âmbito de uma visita de estudo.
Vale a pena lembrar, ainda que resumidamente, os factos, seguindo o testemunho de um participante, o Presidente da AEDUM, João Ferreira.
No passado dia 15 de abril de 2016, cerca de 90 alunos da Escola de Direito da Universidade do Minho, deslocaram-se a Lisboa, numa visita de estudo, organizada pela AEDUM em colaboração com os professores de Direito Constitucional da EDUM, que abrangeu a Assembleia da República, o Tribunal Constitucional e a Presidência da República.
Saíram de Braga, bem cedo, em autocarro, e, pouco depois do meio da manhã, estavam junto da Assembleia da República, sendo cordialmente recebidos pelo deputado Pedro Bacelar de Vasconcelos, também ele professor da Escola de Direito da UM e presidente da 1.ª Comissão da Assembleia da República (a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias). De seguida, os alunos assistiram, ainda, à parte final do debate quinzenal que ocorria no plenário da Assembleia com a presença do primeiro-ministro e visitaram de seguida as instalações do Parlamento.
Depois de frugal almoço nas imediações (Príncipe Real), o grupo dirigiu-se para as instalações do Palácio Ratton, na Rua de “O Século”, onde funciona o Tribunal Constitucional, tendo tomado contacto com a organização e funcionamento deste importante órgão de justiça e visto processos, acompanhados de pessoal adequado.
A visita terminou do melhor modo no Palácio de Belém. Os alunos foram recebidos pelo Senhor Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa que não se quedou por uma breve receção protocolar, como bem podia fazer, ou delegar a receção num dos seus assessores. Pelo contrário, reuniu os alunos na Sala das Bicas e durante o tempo aproximado de uma aula lecionou fundamentalmente sobre os poderes presenciais, incentivando-os a fazer perguntas, que foram várias e prontamente respondidas.
Visitas como esta (que dão trabalho a organizar) são um enriquecimento para todos os que nelas participam. Está de parabéns a Escola de Direito da Universidade do Minho por esta iniciativa de seus professores e alunos.
in Diário do Minho
Pela primeira vez, nos quarenta anos da nossa democracia, um Presidente da República deu uma aula de Direito Constitucional, que está gravada, a alunos de Direito, fundamentalmente do 1.º ano, no Palácio de Belém, no âmbito de uma visita de estudo.
Vale a pena lembrar, ainda que resumidamente, os factos, seguindo o testemunho de um participante, o Presidente da AEDUM, João Ferreira.
No passado dia 15 de abril de 2016, cerca de 90 alunos da Escola de Direito da Universidade do Minho, deslocaram-se a Lisboa, numa visita de estudo, organizada pela AEDUM em colaboração com os professores de Direito Constitucional da EDUM, que abrangeu a Assembleia da República, o Tribunal Constitucional e a Presidência da República.
Saíram de Braga, bem cedo, em autocarro, e, pouco depois do meio da manhã, estavam junto da Assembleia da República, sendo cordialmente recebidos pelo deputado Pedro Bacelar de Vasconcelos, também ele professor da Escola de Direito da UM e presidente da 1.ª Comissão da Assembleia da República (a Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias). De seguida, os alunos assistiram, ainda, à parte final do debate quinzenal que ocorria no plenário da Assembleia com a presença do primeiro-ministro e visitaram de seguida as instalações do Parlamento.
Depois de frugal almoço nas imediações (Príncipe Real), o grupo dirigiu-se para as instalações do Palácio Ratton, na Rua de “O Século”, onde funciona o Tribunal Constitucional, tendo tomado contacto com a organização e funcionamento deste importante órgão de justiça e visto processos, acompanhados de pessoal adequado.
A visita terminou do melhor modo no Palácio de Belém. Os alunos foram recebidos pelo Senhor Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa que não se quedou por uma breve receção protocolar, como bem podia fazer, ou delegar a receção num dos seus assessores. Pelo contrário, reuniu os alunos na Sala das Bicas e durante o tempo aproximado de uma aula lecionou fundamentalmente sobre os poderes presenciais, incentivando-os a fazer perguntas, que foram várias e prontamente respondidas.
Visitas como esta (que dão trabalho a organizar) são um enriquecimento para todos os que nelas participam. Está de parabéns a Escola de Direito da Universidade do Minho por esta iniciativa de seus professores e alunos.
in Diário do Minho
segunda-feira, 28 de março de 2016
A Reitoria em trânsito
Noticia o JN do dia de hoje (28 de Março de 2016) que está em curso a mudança, para o Campus de Gualtar da Universidade do Minho, dos serviços da Reitoria.
Informa-se, ao mesmo tempo, que o Arquivo Distrital de Braga, atualmente alojado no Paço, passará para a Rua Abade da Loureira (junto ao mercado municipal e à estação rodoviária).
Também será alterado (diminuído) o espaço da Biblioteca Pública Municipal (de estilo barroco).
Tudo isto envolve um investimento que rondará os quatro milhões de euros.
Sobre este assunto, importa que haja uma informação clara e completa e, desde logo, acesso a projetos e textos justificativos, uma vez que uma intervenção desta importância interessa, não só à Universidade, mas também à Cidade.
quinta-feira, 17 de março de 2016
quinta-feira, 10 de março de 2016
quinta-feira, 3 de março de 2016
A AEDUM e Salgado Zenha
Não foi notícia na comunicação social, mas o amplo auditório nobre da Escola de Direito acolheu na passada segunda-feira, dia 29 de fevereiro, o ato de tomada de posse dos corpos gerentes da Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho (AEDUM), depois de umas eleições muito participadas.
É muito pouco comum na nossa academia ver cerca de 500 estudantes de uma Escola com pouco mais de 1.000 alunos a frequentarem regularmente o Campus, votar num ato eleitoral disputado entre duas listas que demonstraram assim capacidade de mobilizar. Dispensavam-se alguns episódios eleitorais que ficam particularmente mal numa Escola de Direito, bem como a ausência de debate direto entre as listas, mas a vontade dos estudantes pôde mesmo assim manifestar-se de forma muito clara.
A tomada de posse foi também muito participada, enchendo praticamente o amplo auditório nobre da Escola. Para além de estudantes, estiveram presentes vários professores, funcionários e, como sempre, quando convidado, o presidente da Associação Jurídica de Braga, Dr. Óscar Ferreira Gomes.
João Ferreira preside à equipa da direção e no ato de posse teve palavras que prometem uma atividade profícua da Associação. É uma pena que os mandatos sejam apenas de um ano, pois é tempo demasiado curto para pôr em prática um programa de ação. Repare-se que o mandato dos estudantes no Conselho Geral é – e bem – de dois anos.
Do ato de posse ficou também memória da passagem de testemunho da presidente cessante Valérie Pinto, da intervenção bem pensada de Joana Peixoto, presidente da ELSA-UMINHO e das palavras da presidente da Escola de Direito, Prof.ª Clara Calheiros, saudando os estudantes eleitos e incentivando-os abertamente a serem reivindicativos.
Salgado Zenha, o bracarense e ilustre jurista, que tem a sua rica biblioteca na Escola de Direito e que foi, para além de brilhante aluno, um notável dirigente associativo (presidente da Direção da Associação Académica de Coimbra por eleição dos pares num tempo em que a democracia estava proibida) apreciaria seguramente este ato de posse. Salgado Zenha deve servir de inspiração aos novos eleitos.
Desejamos um bom mandato a todos estes estudantes e que os 20 anos da AEDUM, que agora ocorrem, assinalem uma nova e boa etapa na vida da Associação.
in Diário do Minho
É muito pouco comum na nossa academia ver cerca de 500 estudantes de uma Escola com pouco mais de 1.000 alunos a frequentarem regularmente o Campus, votar num ato eleitoral disputado entre duas listas que demonstraram assim capacidade de mobilizar. Dispensavam-se alguns episódios eleitorais que ficam particularmente mal numa Escola de Direito, bem como a ausência de debate direto entre as listas, mas a vontade dos estudantes pôde mesmo assim manifestar-se de forma muito clara.
A tomada de posse foi também muito participada, enchendo praticamente o amplo auditório nobre da Escola. Para além de estudantes, estiveram presentes vários professores, funcionários e, como sempre, quando convidado, o presidente da Associação Jurídica de Braga, Dr. Óscar Ferreira Gomes.
João Ferreira preside à equipa da direção e no ato de posse teve palavras que prometem uma atividade profícua da Associação. É uma pena que os mandatos sejam apenas de um ano, pois é tempo demasiado curto para pôr em prática um programa de ação. Repare-se que o mandato dos estudantes no Conselho Geral é – e bem – de dois anos.
Do ato de posse ficou também memória da passagem de testemunho da presidente cessante Valérie Pinto, da intervenção bem pensada de Joana Peixoto, presidente da ELSA-UMINHO e das palavras da presidente da Escola de Direito, Prof.ª Clara Calheiros, saudando os estudantes eleitos e incentivando-os abertamente a serem reivindicativos.
Salgado Zenha, o bracarense e ilustre jurista, que tem a sua rica biblioteca na Escola de Direito e que foi, para além de brilhante aluno, um notável dirigente associativo (presidente da Direção da Associação Académica de Coimbra por eleição dos pares num tempo em que a democracia estava proibida) apreciaria seguramente este ato de posse. Salgado Zenha deve servir de inspiração aos novos eleitos.
Desejamos um bom mandato a todos estes estudantes e que os 20 anos da AEDUM, que agora ocorrem, assinalem uma nova e boa etapa na vida da Associação.
in Diário do Minho
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
Vêm aí os Curadores!
A Universidade do Minho era, até há pouco tempo, nos termos da Lei n.º 62/2007, uma instituição pertencente ao Estado (artigo 4.º, n.º 1, al. a)) com a natureza de pessoa coletiva de direito público (artigo 9.º, n.º 1). Porém, utilizando uma faculdade prevista nessa mesma lei a UM deliberou, por vontade maioritária dos seus órgãos, requerer ao Governo a transformação numa “fundação pública com regime de direito privado” (artigo 9.º, n.º 1, parte final)).
O atual Governo concordou e acaba de publicar o Decreto-Lei n.º 4/2016, de 13 de janeiro, que logo no seu artigo 1.º estabelece que a Universidade do Minho passa a ser uma fundação pública com regime de direito privado denominada Universidade do Minho.
Não deixa de ser intrigante que a UM transformada em fundação pública continue a denominar-se “Universidade do Minho”. É uma transformação que não atinge o nome. É diferente, mas não se nota.
É sobre as diferenças que mais se discute. A Universidade do Minho (UM) transforma-se, mas fica praticamente na mesma? Ou muda mesmo? Dividem-se as opiniões. Há os que defendem que pouca coisa muda, outros que entendem que muda muito. Entre estes ainda há os que entendem que muda para melhor e os de opinião contrária.
Está em curso, como é natural, uma mudança de estatutos da Universidade do Minho e será bom que todos acompanhemos o que se está a passar porque, como já temos dito, a Universidade do Minho pertence-nos a todos, como pública que é.
Não cabe, no âmbito deste breve artigo, dissecar as diferenças e o seu alcance, basta-nos aqui chamar a atenção para uma modificação certa e muito curiosa. A modificação não altera os órgãos até agora existentes, nomeadamente os dois principais: o conselho geral que é uma espécie de assembleia municipal e que tem atualmente 23 membros e o reitor que é o órgão executivo da UM eleito pelo conselho geral e obedecendo às deliberações deste. Não altera os órgãos principais, mas acrescenta um novo órgão que se denomina “conselho de curadores”.
O conselho de curadores tem importantes competências, tornando-se o órgão que tem a última palavra dentro da Universidade.
Tudo o que é de especial importância desde a aprovação dos estatutos às deliberações relativas a orçamento, contas, plano de atividades, planos estratégicos, aquisição e alienação do património tem de ser submetido ao conselho.
Grande é a responsabilidade deste órgão. E quem o vai compor? Cinco (5) “personalidades de elevado mérito e experiência profissional reconhecidos como especialmente relevantes. E quem os nomeia? O Governo sob proposta do conselho geral.
Muito haveria (e certamente haverá) a dizer sobre este órgão e a sua composição. Deixo apenas algumas questões para que todos possamos pensar e dar opinião.
A Universidade do Minho precisava de cinco curadores? Fazem mesmo falta? E pondo de parte a escolha, que será certamente norteada pela boa qualidade, virão eles exercer as suas funções em pleno o que implica muita dedicação e muito trabalho e não mera participação em algumas reuniões durante o ano? E se vêm trabalhar a sério como vão ser pagos? Ou exige-se trabalho e estudo sem contrapartida económica? Neste caso vêm aí curadores ou voluntários? Mas acolher mais voluntários para tomar as principais decisões que lhe dizem respeito a Universidade não precisa certamente, nem é a melhor solução.
in Diário do Minho.
O atual Governo concordou e acaba de publicar o Decreto-Lei n.º 4/2016, de 13 de janeiro, que logo no seu artigo 1.º estabelece que a Universidade do Minho passa a ser uma fundação pública com regime de direito privado denominada Universidade do Minho.
Não deixa de ser intrigante que a UM transformada em fundação pública continue a denominar-se “Universidade do Minho”. É uma transformação que não atinge o nome. É diferente, mas não se nota.
É sobre as diferenças que mais se discute. A Universidade do Minho (UM) transforma-se, mas fica praticamente na mesma? Ou muda mesmo? Dividem-se as opiniões. Há os que defendem que pouca coisa muda, outros que entendem que muda muito. Entre estes ainda há os que entendem que muda para melhor e os de opinião contrária.
Está em curso, como é natural, uma mudança de estatutos da Universidade do Minho e será bom que todos acompanhemos o que se está a passar porque, como já temos dito, a Universidade do Minho pertence-nos a todos, como pública que é.
Não cabe, no âmbito deste breve artigo, dissecar as diferenças e o seu alcance, basta-nos aqui chamar a atenção para uma modificação certa e muito curiosa. A modificação não altera os órgãos até agora existentes, nomeadamente os dois principais: o conselho geral que é uma espécie de assembleia municipal e que tem atualmente 23 membros e o reitor que é o órgão executivo da UM eleito pelo conselho geral e obedecendo às deliberações deste. Não altera os órgãos principais, mas acrescenta um novo órgão que se denomina “conselho de curadores”.
O conselho de curadores tem importantes competências, tornando-se o órgão que tem a última palavra dentro da Universidade.
Tudo o que é de especial importância desde a aprovação dos estatutos às deliberações relativas a orçamento, contas, plano de atividades, planos estratégicos, aquisição e alienação do património tem de ser submetido ao conselho.
Grande é a responsabilidade deste órgão. E quem o vai compor? Cinco (5) “personalidades de elevado mérito e experiência profissional reconhecidos como especialmente relevantes. E quem os nomeia? O Governo sob proposta do conselho geral.
Muito haveria (e certamente haverá) a dizer sobre este órgão e a sua composição. Deixo apenas algumas questões para que todos possamos pensar e dar opinião.
A Universidade do Minho precisava de cinco curadores? Fazem mesmo falta? E pondo de parte a escolha, que será certamente norteada pela boa qualidade, virão eles exercer as suas funções em pleno o que implica muita dedicação e muito trabalho e não mera participação em algumas reuniões durante o ano? E se vêm trabalhar a sério como vão ser pagos? Ou exige-se trabalho e estudo sem contrapartida económica? Neste caso vêm aí curadores ou voluntários? Mas acolher mais voluntários para tomar as principais decisões que lhe dizem respeito a Universidade não precisa certamente, nem é a melhor solução.
in Diário do Minho.
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