segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Uma Leitura da Votação para o Reitor da Universidade do Minho

O Reitor da Universidade do Minho foi reeleito hoje (14.10.2013)  por 13 votos a favor e 9 votos branco.
A votação não foi tão expressiva como certamente alguns, que não conhecem bem o Conselho Geral da UM, esperavam. O Conselho Geral é plural e isso refletiu-se na votação.
Votações a roçar a unanimidade são perigosas para as instituições.
14.10.2013
 
 

Breves Apontamentos Sobre a Audição Pública do Candidato a Reitor (14.10.2013)

Assisti à audição publica do candidato único António M.  Cunha ao cargo  de Reitor da Universidade do Minho. Foram cerca de 45 minutos de exposição inicial do candidato e um pouco mais de hora e meia  de perguntas e respostas.
Encontrei um Conselho Geral, a meu ver, mais acomodado (conformado?) do que estava à espera e um candidato tranquilo.
O debate foi útil mas o modelo:  perguntas de 2 minutos de cada membro do conselho  (agrupadas em blocos de 5)  e resposta  do candidato, no fim de cada bloco,  não ajudou à vivacidade.
No entanto, foram colocadas perguntas com interesse. Registamos apenas  algumas, por  brevidade, correndo o risco de omitir injustamente  algumas e tendo em conta também  uma ausência minha por um período de 15 minutos.
Francisco Veiga questionou a meta dos 25.000 alunos para 2020 no contexto atual e nomeadamente, tendo presente o que sucedeu este ano. António M. Cunha  não se impressionou com os resultados do presente ano e considerou possível e necessário atingir a meta proposta com recurso nomeadamente  à figura do “estudante internacional”.
Licínio Lima referiu a contradição do programa que numa parte se afasta do referencial técnico-empresarial , aproximando-se do referencial democrático-participativo (o que aplaudiu)  mas depois inclui toda a ganga do modelo formalista-racionalista com uma fortíssima carga burocrática,  lembrando de passagem  que desmaterialização não significa de nenhum modo menos burocracia. Bem tentou  António M. Cunha  dizer que a burocracia que se pede aos professores é pouca (sumários, programa, métodos de avaliação e bibliografia), que as aplicações informáticas são amigas e necessárias, que o pensamento livre e cidadãos críticos são bem recebidos na Universidade mas notou-se que Licínio Lima (só ele?) não ficou convencido.
A rede do ensino superior esteve no debate trazido por um estudante (a participação dos estudantes  pareceu-me muito  mais ativa)  e veio mais tarde  de novo à discussão, notando-se aqui que o candidato  António M. Cunha   não tem ou não exprimiu uma posição clara. Fez questão porém  de considerar positiva a disjunção/separação  entre o ensino universitário e o ensino politécnico.
Fernanda Ferreira agarrou o tema constante do programa de candidatura  da participação dos diversos corpos na vida da universidade e dos mecanismos previstos para o efeito, chamando a atenção para a importância da motivação do pessoal, nomeadamente não docente. Sobre os mecanismos de participação  António M. Cunha    lembrou a realização de “fóruns” (a continuar) e acabou por transferir a responsabilidade nesse domínio para os trabalhadores que incentivou mesmo a formarem  uma "comissão de trabalhadores". 
(Nota - Eu, por mim, falava já com  o Conselheiro Carvalho da Silva!).
O tema da empregabilidade, da ligação da UM às empresas esteve presente várias vezes mas a dificuldade do assunto ficou bem  patente.
Laborinho Lúcio, presidente do Conselho Geral,   em última intervenção, no contexto da importância do diálogo dentro da Universidade e da “cidadania crítica” questionou   António M. Cunha  sobre o que era de esperar na relação que teria com o CG. O candidato mostrou abertura  e manifestou apreço pela figura do Conselho Geral no regime das universidades e momeadamente pelo CG da Universidade do Minho.
( Nota - Importa dizer a este propósito que o Conselho Geral  terá na UM o peso que quiser, pois a lei lho permite).
14.10.2013

domingo, 13 de outubro de 2013

Eleições para Reitor da Universidade do Minho - 2013 (III)

Sobre os aspetos negativos do programa começo por dizer que falta, a meu ver,  um diagnóstico claro dos problemas da Universidade. Há problemas na Universidade do Minho  que devem ser debatidos e resolvidos.

Será, por exemplo,  que os serviços da UM estão, todos eles,  em níveis elevados de organização e funcionamento, nada havendo a fazer para os melhorar?  Se tal não sucede, como certamente estaremos de acordo, quais são aqueles que merecem uma atuação mais imediata e em que sentido? Ligado a este problema está um outro. Há um bom aproveitamento dos funcionários da Universidade do Minho? Penso que não e que não se reconhece devidamente o mérito e potencialidades de um bom número deles.

As escolas, por sua vez, funcionam todas no mesmo patamar  de qualidade científica e pedagógica. Não haverá nada a fazer neste domínio com a delicadeza  que esta área  merece?

A UM é uma organização grande e complexa. Ela deve estar permanentemente sob observação e auscultação. Faz falta, ao nível da reitoria (sem aumentar a equipa),  um elemento que tivesse a tarefa de andar a percorrer regularmente  os "campi" por dentro e por fora para  observar e ouvir. Há tanto para ver (coisas boas e menos boas) e era muito importante ouvir professores, funcionários e alunos nos locais de trabalho.  Não basta atender as pessoas, é preciso ir ao encontro delas.  A UM muito teria a ganhar -  na sua organização e funcionamento -  com o trabalho desse elemento que teria de ser muito bem escolhido.
O sítio da internet  da Universidade do Minho em vez de ser um sítio igual aos outros (publicidade, propaganda) deveria distinguir-se por ter  uma primeira página onde se pudesse saber o essencial  sobre ela (data da criação, número de alunos, número de professores, número de funcionários, número e nome das  escolas, número e nome dos  centros de investigação, património, receitas, despesas, etc.) com "links" para desenvolvimentos. Numa palavra, informação! As universidades mais próximas deste tipo de informação são - e não por acaso - a Universidade do Porto ("Sobre a UPorto") e a Universidade de Lisboa ("Factos e Números"). A UM podia e devia fazer melhor.
(Texto escrito no fim de semana e sem o tempo que esperava  ter disponível)

12.10.2013
(continua)

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Eleições para Reitor da Universidade do Minho - 2013 (II)

(continuação)

A segunda é o tempo. São tantas as coisas para fazer que arranjar tempo para ler e reler o programa e apreciá-lo não é fácil. É a esta luz também que devemos compreender, penso, o comportamento de outros colegas.
A terceira razão é a de  que estamos perante umas eleições de candidato único. Na minha perspetiva isso é mau para a Universidade e deixa-nos a todos (aos membros da academia em geral e aos membros do conselho geral em especial) numa situação incómoda. Em eleições de candidato único não há alternativa para apreciar e é pena.  A Universidade do Minho merecia uma alternativa. Não uma alternativa por mera alternativa, mas porque deve haver  seguramente dentro dela pessoas com pensamento diferente sobre a Universidade em geral e a Universidade do Minho em particular  que deveria exprimir-se neste momento. Ao não exprimir-se,  apresentando candidatura,  fica uma certa  ideia de pobreza na nossa Universidade.
Dito e ponderado isto, corro o risco de participar e dizer algumas coisas. Não aquelas que resultariam de uma leitura mais demorada do programa mas de uma leitura pelo menos suficiente.
Vamos à apreciação, começando de forma muito breve por  aspetos positivos. A candidatura é ambiciosa e tendo como meta 2020 promete:  atingir 25.000 alunos nessa data; ser a UM a “universidade portuguesa com maior impacto no desenvolvimento sócio-económico”; e ainda a UM como “uma das 3 primeiras universidades portuguesas na generalidade dos indicadores”  (p. 23 ).

A candidatura agora apresentada, no entanto,  só é responsável até 2017 e assim deveria, a nosso ver,  indicar de entre as metas que indica para 2020 aquelas que pretende ver concretizadas no fim do mandato (qual o número de alunos; qual a classificação quanto ao impacto; e quais os indicadores em que já se coloca  como uma das 3 primeiras universidades portuguesas)
Vamos aos aspetos que consideramos  negativos.

8.11.2013

(continua)

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Eleições para Reitor da Universidade do Minho - 2013 (I)


Acabo de ler o programa da candidatura a reitor da Universidade do Minho de António M. Cunha, reitor da Universidade do Minho intitulado “Crescer para Ganhar o Futuro 2013-2017”.
É meu dever – tal como dos restantes membros da academia - ler esse programa e apreciá-lo.
Será meu dever também dizer alguma coisa sobre ele? Ou será  melhor manter silêncio?

Há boas razões para optar pelo  silêncio.

A primeira  porque a cultura da Universidade do Minho  ( e infelizmente não só ) favorece mais o silêncio do que a de debate aberto de ideias. O debate de ideias é mal visto e quem entra nele sujeita-se. Sujeita-se a ter problemas de vária ordem .  Só esta razão era suficiente para não falar.

7.10.2013 (à noite)

(continua)