Assisti
à audição publica do candidato único António M.
Cunha ao cargo de Reitor da Universidade do Minho. Foram
cerca de 45 minutos de exposição inicial do candidato e um pouco mais de hora e
meia de perguntas e respostas.
Encontrei
um Conselho Geral, a meu ver, mais
acomodado (conformado?) do que estava à espera e um candidato tranquilo.
O
debate foi útil mas o modelo: perguntas de
2 minutos de cada membro do conselho
(agrupadas em blocos de 5) e
resposta do candidato, no fim de cada bloco, não ajudou à
vivacidade.
No
entanto, foram colocadas perguntas com interesse. Registamos apenas algumas, por
brevidade, correndo o risco de omitir injustamente algumas e tendo em conta também uma ausência minha por um período de 15 minutos.
Francisco
Veiga questionou a meta dos 25.000 alunos para 2020 no contexto atual e
nomeadamente, tendo presente o que sucedeu este ano. António M. Cunha não se impressionou
com os resultados do presente ano e considerou possível e necessário atingir a meta
proposta com recurso nomeadamente à
figura do “estudante internacional”.
Licínio
Lima referiu a contradição do programa que numa parte se afasta do referencial
técnico-empresarial , aproximando-se do referencial democrático-participativo (o
que aplaudiu) mas depois inclui toda a
ganga do modelo formalista-racionalista com uma fortíssima carga
burocrática, lembrando de passagem que desmaterialização não significa de nenhum
modo menos burocracia. Bem tentou António M. Cunha dizer que a burocracia que se pede aos
professores é pouca (sumários, programa, métodos de avaliação e bibliografia),
que as aplicações informáticas são amigas e necessárias, que o pensamento livre
e cidadãos críticos são bem recebidos na Universidade mas notou-se que Licínio Lima (só
ele?) não ficou convencido.
A
rede do ensino superior esteve no debate trazido por um estudante (a
participação dos estudantes pareceu-me
muito mais ativa) e veio mais tarde de novo à discussão, notando-se aqui que o
candidato António M. Cunha não tem ou não exprimiu
uma posição clara. Fez questão porém de considerar positiva a
disjunção/separação entre o ensino
universitário e o ensino politécnico.
Fernanda
Ferreira agarrou o tema constante do programa de candidatura da participação dos diversos corpos na vida da
universidade e dos mecanismos previstos para o efeito, chamando a atenção para
a importância da motivação do pessoal, nomeadamente não docente. Sobre os
mecanismos de participação António M. Cunha lembrou a realização de “fóruns” (a continuar) e acabou por transferir a responsabilidade nesse
domínio para os trabalhadores que incentivou mesmo a formarem uma "comissão de trabalhadores".
(Nota - Eu, por mim,
falava já com o Conselheiro Carvalho da
Silva!).
O
tema da empregabilidade, da ligação da UM às empresas esteve presente várias
vezes mas a dificuldade do assunto ficou bem patente.
Laborinho
Lúcio, presidente do Conselho Geral, em
última intervenção, no contexto da importância do diálogo dentro da
Universidade e da “cidadania crítica” questionou António M. Cunha sobre o que era de esperar na relação que
teria com o CG. O candidato mostrou abertura
e manifestou apreço pela figura do Conselho Geral no regime das
universidades e momeadamente pelo CG da Universidade do Minho.
( Nota - Importa dizer
a este propósito que o Conselho Geral terá na UM o peso que quiser, pois a lei lho permite).
14.10.2013