domingo, 20 de maio de 2012

O Cortejo, o Reitor e o Jornalismo

Quando não há tempo para tratar de assuntos de fundo, aborda-se um assunto menor ou aparentemente menor. Trata-se de um aspecto do cortejo académico do dia 16 de Maio a que não assisti e do qual li relato no dia seguinte num café através de dois jornais (os que nele circulavam) .
O Jornal de Notícias, do dia 17 de Maio, dedicava mais de uma página inteira ao cortejo “Enterro da Gata” da UM, chamando o tema para a primeira página com o título “Reitor vira costas a alunos em protesto contra praxes”. Na página 20 e num título que cobria esta e ainda parte da 21 lia-se que “ Frango Entorna Caldo no Cortejo” e em ante-títulos, cobrindo igual espaço, “ Braga- Reitor não gostou de ver papa da academia perto da tribuna e virou costas” e “Dois mil alunos desfilaram nas ruas”.
Por sua vez, o Correio da Manhã, do mesmo dia, ocupando quase toda a página 10, titulava “Críticas à troika dominam o cortejo” e em subtítulo: “Com a crise económica instalada, centenas de finalistas da UMinho participaram ontem no desfile que este ano foi dedicado à “Gata Borralheira”. Mas o mais interessante da notícia do CM é o que se podia ler a certa altura do texto: “Na varanda da Reitoria faltava, este ano, a figura principal – o reitor António Cunha, por estar ausente no estrangeiro. Helder Castro, presidente da Associação Académica, que chegou a estar acompanhado pelo vice-Reitor Vítor (sic) Mendes, saudou todos os cursos que participaram no cortejo”.
Procurei num quiosque, através da imprensa bracarense, desfazer esta dúvida sobre a presença do reitor e pude concluir que o Correio do Minho e o Diário do Minho confirmavam-na mas não davam relevo ( ou mesmo notícia?) do incidente.
Três notas apenas.
1.Como é possível que um jornal que descreve um cortejo e coloca até uma fotografia deste não tenha dado pela presença do reitor, afirmando pelo contrário que o mesmo estava para o estrangeiro?
2.Não tendo obtido informação clara sobre o que se passou com a “retirada do reitor”, permito-me, no entanto, dizer que se ela se enquadrou, como parece, num processo de luta contra os abusos de praxe que ocorreram ao longo de todo o ano (todo o ano, repito) na Universidade do Minho, com alunos aos berros nos Campi e a fazer disparates de todo o género, como por exemplo, rebolar pelo chão todos molhados, essa atitude só pode merecer aplauso.
3.Finalmente: que pena não termos disponível na academia uma informação pronta, correcta e inteira sobre o que nela ocorre!

terça-feira, 1 de maio de 2012

SDUM: O Susto da Manhã

Estava no início da manhã a preparar uma intervenção para Lisboa, lamentando a impossibilidade de consultar um livro, pois tive de o devolver para evitar as multas que o SDUM faz cair sobre quem se atreve a pedir livros por empréstimo domiciliário, quando apanhei um susto.
 E se já tenho multas?
Terei eu dedicado a atenção devida aos meus deveres burocráticos para com os SDUM, terei visto os avisos?
Deixei logo o trabalho que estava a fazer e fui à procura.
Uf! Felizmente o prazo terminava só amanhã. Tive tempo de fazer os clics rituais e a deusa Burocracia ficou satisfeita.
Mas apenas por 15 dias... E já me foi avisando que não podia renovar um dos livros.
Já não rezamos a Deus mas temos de prestar culto a estes deuses menores não através de palavras mas de clics.
Sinais dos tempos, sinais de subjugação...

A Academia Precisa de Informação e de Opinião

Defendo a opinião daqueles que entendem que faz falta a circulação de informação e de opinião na Universidade do Minho.
Não é muito forte essa corrente , pois de outro modo exigir-se-ia  que uma academia com mais de 20 mil pessoas (alunos, docentes e funcionários) tivesse um jornal de qualidade com publicação regular.
Já houve, há alguns anos, uma tentativa, bem estruturada, tendo um professor da casa muito qualificado como director. Mas o fim dessa experiência, que nunca foi bem explicado, e o silêncio subsequente mostram bem o estado da academia.
Este assunto tem sido objecto de debate e ainda recordo palavras do actual reitor, dizendo que a UM não tomaria a iniciativa nesse âmbito, invocando até a independência que uma tal publicação deveria ter, mas que não deixaria de ter em atenção uma actuação nesse domínio.
De que estão à espera os nossos colegas (professores e alunos) do âmbito da comunicação social?
Os tempos são difíceis é certo mas é neles que é mais necessário agir.
Até porque os modernos meios teconológicos ajudam.
A Universidade do Minho só teria a ganhar, sabendo nós a qualidade dos nossos docentes e alunos do ICS, com um projecto nesse âmbito.