quinta-feira, 21 de março de 2013

Eleições do CG 2013: E agora? Adeus! Até daqui a 4 anos?

Eleições do CG 2013: E agora? Adeus! Até daqui a 4 anos?
As eleições para o Conselho Geral  da Universidade do Minho  decorreram, faz hoje oito dias com inteira normalidade. Foram eleitos os representantes dos diversos corpos da Universidade do Minho  que, uma vez em exercício de funções,  passam, note-se,  a representar todos os membros da academia.
Será que os agora eleitos  vão seguir os caminhos tão criticados da democracia representativa nos termos da qual, uma vez empossados, só voltam a "ligar" aos eleitores daqui a 4 anos? Ou vão ter uma relação mais directa com os representados, prestando contas do que vão fazendo de acordo com as regras da democracia participativa que também rege a Constituição do nosso país?
Este é a pergunta e o desafio que lanço, sendo certo que  esse desafio tem ricochete, pois obriga os representados a serem exigentes e a acompanhar de perto o trabalho dos eleitos.
Em resumo: haverá nos próximos tempos  um diálogo enriquecedor entre representantes e representados?  Motivos para tal não faltam. 
António Cândido de Oliveira
Membro do Conselho Geral Cessante
Adenda

Enviei isto para  "todos"  ontem, releio e penso: valerá a pena? 
Valerá a pena lutar por formas de democracia participativa?
A Universidade - e nomeadamente a UM - não reflectirá bem a democracia que existe no nosso país? Uma democracia de cidadãos passivos?

 

segunda-feira, 18 de março de 2013

Eleições do CG de 13 de Março de 2013

O facto de nada ter escrito neste lugar desde o dia das eleições não significa menos interesse por elas e pelos resultados.
Significa apenas que o tempo tem sido escasso.
Entretanto, e em termos gerais, a participação foi menos elevada e a distribuição de lugares foi a mesma das anteriores eleições.
Assim, no que toca aos docentes e investigadores, a lista "Mais Universidade -  Mais Futuro" (Jorge Pedrosa) obteve 6 lugares; a lista "Universidade Cidadã" (Licínio Lima) obteve 4; e a lista "Novos Desafios - Novos Rumos" (Rui Ramos) obteve 2 lugares.

terça-feira, 12 de março de 2013

A Democracia Precisa de Cidadãos Livres


Sem cidadãos livres não há democracia.
Os docentes e investigadores universitários são, na sua grande maioria escravos, escravos do trabalho intelectual, incluindo - e cada vez mais - o burocrático.
Os senhores de todos os poderes de governo, incluindo o universitário, agradecem.
Regresso à minha situação de escravo, depois destes dois minutos de liberdade.
ACO

A Democracia Precisa de Tempo

Se os membros que vão ser eleitos para o Conselho Geral não dispuserem de tempo para exercer devidamente as suas funções não vão fazer bom trabalho.
A democracia ao contrário do que se pensa é muito exigente.
E membros do CG com pouco tempo apoucam o órgão.
Tema para desenvolver quando tiver tempo...
ACO

segunda-feira, 11 de março de 2013

Eleições CG-2013- Questionário -Lista B

Eleições para o Conselho Geral da Universidade do Minho de 2013


Questões concretas para o debate eleitoral que está em curso dirigidas à Lista B.
Introdução

A campanha para as eleições do conselho geral (CG) da UM entram na sua semana mais alta. A próxima é já para votar (dia 13). Os eleitores têm o direito (e o dever) de saber o que pensam os candidatos às eleições para orientarem o seu voto. Há aqui uma relação de representação, nos termos da qual os candidatos a representantes (eleitos) devem dar a conhecer eleitores o que vão fazer com o voto confiado e o mandato.

É dentro desta linha que segue por este meio – e também por escrito – para cada uma das listas uma série de perguntas para as quais se pede resposta tão concreta como as perguntas.

Trata-se de pôr em prática os princípios da democracia, da responsabilidade, da participação, da transparência e da frontalidade que todas por igual assumem sem consentir que outra se apresente mais à frente na defesa desses princípios.

As respostas serão divulgadas neste mesmo lugar na próxima semana ou, logo que recebidas, sempre distintamente, lista a lista.

Perguntas

1. Umas das tarefas mais importantes do CG a sair das eleições do dia 13 de Março de 2013 será é a da escolha do Reitor.

a) Qual o perfil que a lista B considera necessário que deve possuir o futuro reitor da UM?

b) Considera que o actual reitor, caso se recandidate, se enquadra nesse perfil?
A Lista B mantém uma posição bastante similar à que assumiu em 2009.

Assim, entendemos que nesta fase das eleições para o CG não se pode, nem deve, avançar com nomes para Reitor antes de completar o Conselho Geral com a cooptação de elementos externos. O que importa é definir o que deve ser o novo reitor da UM. Entendemos que deve ser uma pessoa com visão estratégica do futuro da Universidade, mais preocupada em incentivar as unidades orgânicas (escolas, centros de investigação e outras) e em conceder-lhes os meios possíveis para atingir objetivos devidamente integrados numa política da UM do que em controlá-las, sujeitando-as às ordens da Reitoria. Além disso, deve ser uma personalidade que consiga promover consensos em torno dos objetivos e não seja intransigente em relação à sua própria estratégia, de forma a evitar alguns deslizes em termos de alcance de desenvolvimento interno da UM e das suas UOEI e em relação às negociações e captação de interesse e solidariedade por parte de entidades externas e da tutela para com os objetivos preconizados para a UM.

Face a esta proposta de perfil, entendemos que o atual Reitor possui diversas fragilidades e que o seu percurso de governo dos últimos anos demonstrou que não se enquadra no framework apontado. Claro que nesta fase ainda é prematuro assumir uma posição intransigente, pois não se conhece quais as candidaturas que vão surgir e quais os respetivos programas e equipes de vice e pró-reitores.

2. Ainda que a escolha da equipa reitoral seja tarefa do reitor, o conselho geral tem o direito e o dever de apreciar o trabalho por ela desenvolvido.

a) Como avalia a lista B a prestação da equipa reitoral cessante?

b) Que características gostaria de ver na próxima equipa reitoral ( tamanho, divisão de tarefas, etc.)?

Os representantes da Lista B manifestaram-se por diversas vezes sobre o assunto em causa.

Deve-se referir que quem presta contas ao CG é o Reitor e não a equipa reitoral.

A atual equipa reitoral só cessa funções em outubro de 2013, pelo que ainda irá trabalhar com os futuros membros do CG.

Assim, mesmo que fosse possível fazer desde já um balanço, parece que seria deselegante face ao salutar convivido que deve existir entre os vários membros de governo da UM.

Quanto à próxima equipa reitoral, gostaríamos de ter uma palavra efetiva sobre o assunto. Mas, isso só acontecerá se a academia acreditar no nosso projeto e votar de forma real na Lista B para os representantes dos Professores e Investigadores. Face aos resultados do próximo dia 13, a Lista tomará uma posição que a posicione face ao perfil do futuro Reitor e da equipa reitoral que permita prosseguir os objetivos que venham a ser definidos para o próximo mandato. No entanto, podemos referir que gostaríamos de ver uma equipa dinâmica, ativa, preocupada com os problemas da academia e da sociedade envolvente e com uma capacidade interventiva a nível regional, nacional e internacional nas áreas em que a universidade deve ter esse papel. Por último, justifica-se referir que é vital que a equipa reitoral acredite nas capacidades instaladas na academia e que as promova sem receio! Também é crucial que a equipa reitoral se constitua como líder dos processos e não exerça o poder pelo poder.

3 Que avaliação faz a lista B do trabalho do CG cessante:

a) Em termos gerais?

b) Quais os aspectos mais positivos?

c) Quais os aspectos mais negativos?

Do ponto de vista pessoal, eu faço uma análise de quem esteve de fora, contrariamente aos outros cabeças de lista, que fizeram parte do órgão. A minha visão é que o CG tem um distanciamento perante a comunidade e acaba por não haver por parte da academia e da sociedade envolvente à UM uma perceção do que é feito no CG, há uma perceção mais direta e notória perante aquilo que é feito pelo reitor. Relativamente à capacidade de intervenção de quem está no CG, e os professores e investigadores que estão no CG também estão no dia-a-dia nas suas unidades orgânicas, estes primeiro quatro anos, com um modelo ainda adaptativo, permitiram consolidar diversos mecanismos de funcionamento e integrar no CG um conjunto de estruturas e de iniciativas próprias do CG, ou seja, criar grupos de trabalho, e isso repercutiu-se na capacidade de análise efetiva do órgão. Estes são aspetos bastante positivos.

A parte menos positiva, tem um pouco a ver com a questão do alinhamento notório que existiu entre uma maioria de membros do CG, que elegeram o reitor, e a própria linha estratégica do reitor. O que cria uma zona de conforto ao reitor e que torna mais difícil ter uma visão crítica efetiva e mais adaptativa à mudança e a reajustamentos rápidos face a novos quadros político-institucionais. Acaba por ser essa uma das fragilidades do atual modelo instituído. À partida, quem elegeu o reitor elegeu um conjunto de propostas e dificilmente se demarca, mesmo que, por vezes, possa ter uma análise critica efetiva. Uma análise crítica apresentada por um dos candidatos da Lista B, Professor Cadima Ribeiro, que participou por dentro no CG, pode ser lida no seguinte link (Conselho Geral da UMinho: um breve balanço de 4 anos de mandato, de 15 de janeiro de 2013)
http://um-novosdesafios.blogspot.pt/2013/01/conselho-geral-da-uminho-um-breve.html

4. Outra das primeiras tarefas do conselho geral será a cooptação dos membros externos.

a) Como avalia a lista B a prestação dos membros externos no CG cessante?

b) Que qualidades devem ter os elementos externos a cooptar?

A influência que os eleitos por uma das listas teve sobre a escolha da grande maioria dos cooptados foi notória e o alinhamento desses membros cooptados foi singular face à relação com o reitor e menos com o CG, propriamente dito.
Atendendo à experiência destes últimos 4 anos será de esperar que o próximo conjunto de membros cooptados consiga apreender de forma mais efetiva o seu papel e que as propostas que sejam feitas para a identificação desses membros resultem da aprendizagem proporcionada anteriormente. Quanto à principal qualidade, diria que devem ser personalidades que se possam constituir como “antenas” dentro da UM para os problemas que se passam fora da UM, por um lado, e que consigam ser “mensageiros” para a sociedade do que de melhor a UM consegue oferecer, por outro lado.
5. Os membros do CG são representantes dos corpos que os elegeram ainda que no exercício das suas funções passem a actuar, tendo em conta os interesses gerais da Universidade e não de cada corpo da academia.

a) Considera a lista B importante manter informados os eleitores do que vão fazendo, debatendo e deliberando os membros do CG?

b) Considera a lista B que há matérias reservadas que não podem (nem devem) ser levadas ao conhecimento dos eleitores?

c) Qual o âmbito dessa reserva?

d) Como vão informar os eleitores? Irão responder pessoalmente às questões ou perguntas que lhe forem endereçadas no âmbito das suas competências?

Os dos principais pilares de suporte à candidatura da Lista B a Transparência e pela importância de relacionamento entre a academia e o CG, e o mesmo em sentido inverso. Assim, a agenda do CG deve emanar dos problemas efetivos da academia e em prol da sua resolução, só assim a academia se manterá alerta com o que se passa no CG. Claro que essa agenda deve estar suportada em problemas de curto, médio e longo prazo. É natural que para a academia os problemas de curto prazo sejam aqueles que suscitem mais atenção. Nesse caso, o CG deve saber lidar com esta diferença e com a forma de comunicação.

No que se refere à reserva que possa ser suscitada para alguns temas e decisões, diria que todas as organizações devem desenvolver o seu modelo de governo de forma adequada, pelo que em algumas circunstâncias e pelo tempo que decorra entre a análise, discussão e decisões, se poderá admitir alguma reserva para alguns assuntos estratégicos e de posicionamento face à competição que existe no universo em que a UM se movimento. No entanto, logo que as decisões sejam tomadas, e para que as mesmas sejam apreendidas e assimiladas pela comunidade académica e sociedade envolvente é fundamental que passem ao domínio público na prossecução da agenda do CG e não do reitor.
6. Considera a lista B importante a existência de um meio de comunicação na UM com a finalidade de divulgar informação e opinião de forma livre e isenta?

a) No caso afirmativo que estatuto deve ele ter?

b) Estariam os membros da lista B dispostos a apoiar um jornal (ou outro meio) com origem na academia?

c) Em que condições e de que modo?

A existência de meios de comunicação e que tipo de comunicação se deve fazer está estudada por especialistas. É notório que a atual equipa reitoral possui uma estratégia de comunicação bem alicerçada num conjunto de pressupostos que visão difundir adequadamente os seus programas e modelo de governo.

Uma estratégia similar, mas não concorrente e dispare, poderá ser assumida pelo CG. Mas, para que isso aconteça é fundamental ter recursos alocados a essa finalidade.

Não me parece natural que o próprio meio de comunicação emane da própria organização, pois poderia cair em falta de isenção e poderia ser conotado como um canal de difusão e não de comunicação. Nesse caso, importaria saber se é necessário ter uma newsletter estruturada e com periodicidade estabelecida. Mas, esse meio de comunicação não tem objetivos idênticos ao de um jornal.

Pessoalmente, parece-me que um meio de comunicação como um jornal deve emanar de uma forma natural e não de uma forma alicerçada em pressupostos de que falta comunicação e que é necessário difundir essa comunicação. Nos tempos que atuais existem diversos meios de informação, uns mais de comunicação, outros de difusão de imagem, que coexistem em diferentes suportes e geridos individualmente ou por grupos de interesses. Assim, um jornal único que emane da academia de forma integrada e simultaneamente holística, não me parece que seja fácil e que possa ocorrer a curto prazo.

7. Que opinião tem a lista B do “Nós”, jornal on line da UM que acaba de completar três anos de publicação, com o n.º 29)?

Constitui-se como um meio de difusão de imagem da UM, e dos seus principais eventos, realizações e resultados, para a comunidade académica e para a sociedade.

8. A lista B defende que a autonomia da Universidade precisa de ser “reforçada”.

a) Mas de que modo?

b) A ideia de fundação ou algo semelhante deve ser retomada?

O reforço da autonomia da Universidade deve ser feito segundo um equilíbrio entre a autonomia efetiva de alguns processos de gestão e a mudança de poder desses mesmos processos de gestão. Qualquer processo que promova a autonomia de processos de gestão deve identificar de que forma esses processos devem ser governados e quais os recursos que devem ser alocados de forma descentralizada para serem concretizados de forma efetiva. Ainda, deve ser precavida a forma como posteriormente os membros da academia se podem movimentar e desenvolver as suas atividades numa matriz de processos de gestão subordinados a diferentes unidades e serviços, pois essa descentralização e autonomia podem vir a criar mais entropia ao sistema como um todo.

Assim, a Lista B é favorável a um reforço da autonomia e descentralização, desde que resulte num modelo mais efetivo e eficaz, naturalmente responsável, e apreendido de forma positiva por toda a comunidade académica, e que não sirva apenas para resolver os problemas de alguns!

9. Se a UM exige à tutela governamental, como tem exigido, maior autonomia tem sentido que aplique esse mesmo princípio dentro da sua estrutura.

a) Considera a lista B necessário aumentar a autonomia das escolas?

b) Em caso afirmativo, como pode/deve ser feito esse aumento em concreto?

c) E como compatibilizar a autonomia com a responsabilidade?

d) Considera a lista B necessária uma reestruturação das escolas?

Os princípios enunciados na resposta anterior são os mesmos que se podem apresentar neste enquadramento de UOEI. Ou seja, uma mudança de modelo apenas deve ser adotado se comprovadamente se demonstrar mais efetivo a curto, médio e longo prazo, e não apenas para resolver problemas específicos ou para permitir adaptar o atual modelo a uma nova realidade sem fins bem identificados.

No que se refere à matriz de UOEI, e uma vez que a Lista B não possui toda a informação quanto aos aspetos positivos e negativos do funcionamento atual, seria contraproducente apresentar qualquer cenário futuro de reorganização.

10. As mudanças na rede do ensino superior a nível nacional estão na ordem do dia.

a) Considera a lista B importante fazer mudanças na rede?

b) Em caso afirmativo em que sentido?

c) Pode dar exemplos concretos?

Neste momento este não é um tema que integre a agenda da Lista B. Contudo, a Lista B preocupa-se com o futuro da UM e pugnará porque o mesmo seja feito segundo um modelo de desenvolvimento adequado e estabelecendo as parcerias que possam ser desejáveis e cruciais. Qualquer proposta que emane da tutela será analisa de os membros eleitos da Lista tomarão a posição que considerem mais ajustada face ao futuro da UM como um todo e ao desenvolvimento segundo um modelo responsável e de equidade para com as atuais estruturas das UOEI.

11. As Bibliotecas da UM são muito importantes para a aprendizagem dos alunos, para a docência e para a investigação na UM.

a) Qual a opinião geral da lista B sobre o funcionamento delas?

b) Que pretende a lista fazer, se for o caso, para melhorar a sua organização e funcionamento?

Não só as Bibliotecas da UM, como serviço à comunidade possuem problemas de funcionamento. Vários outros serviços possuem problemas próprios que podem e devem ser analisados. No que se refere a que essa análise seja feita ao nível do CG, apenas considero que deve acontecer se todos os órgãos de governo de nível inferior falharem, e os problemas persistam e comprometam o funcionamento da UM. Assim, numa primeira instância, e para cada serviço, os respetivos mecanismos de controlo de funcionamento e respetiva avaliação devem permitir identificar os problemas. Então, se houver uma perceção desses problemas e os mesmos não forem resolvidos no nível adequado, ou no nível imediatamente superior, podem chegar ao nível máximo, que é o CG. Caso sejam resolvidos anteriormente, já não precisam de aí chegar. Portanto, o próprio processo de transparência não é só o CG ser transparente perante a comunidade, mas a própria comunidade, face a problemas que não conseguem ser resolvidos, levar os problemas ao CG quando esteja em causa a dimensão institucional e não apenas do serviço em si.

12. É muito importante dar atenção ao problema das contas da UM (receitas e despesas)

a) Qual a apreciação global que a lista B faz sobre este aspecto?

b) A transparência e publicidade das contas actualmente existentes satisfazem?

c) Sabe a lista quanto custa em concreto cada escola, cada serviço da UM?

d) E sabe quais as respectivas receitas?

e) Considera a lista importante conhecer esses dados para analisar, nomeadamente, ano a ano, a evolução de receitas e despesas e as razões da mesma?

O atual modelo de apresentação de contas é mais transparente e deverá no futuro ainda evoluir para mais transparência e participação. No entanto, é notória a falta de mecanismos para uma análise refina e de validação.

13. Tem-se dito que é muito importante em matéria de contas introduzir em pleno a contabilidade analítica na UM.

a) Considera a lista B essa introdução muito importante?

b) Quando considera que essa contabilidade pode ser utilizada?

c) O que vai fazer para esse efeito?



Transcrevo informação que consta na página do movimento a propósito de “A falta de contabilidade analítica na UMinho e a problemática do financiamento dos salários”

http://um-novosdesafios.blogspot.pt/2013/03/a-falta-de-contabilidade-analitica-na.html
Apesar de sucessivas promessas de implementação, a Universidade continua, em 2013, sem possuir um sistema de Contabilidade Analítica, à luz do Plano Oficial de Contabilidade - Educação.

Esse facto permite leituras incorretas e pouco rigorosas dos aspetos económicos mais relevantes em termos do Orçamento da instituição, como algumas que temos ouvido no contexto da campanha eleitoral. Só por falta de uma informação precisa sobre a natureza das despesas e das receitas, é que é possível que se façam análises em que se conclua que os salários dos professores dependem, para serem integralmente cobertos, da obtenção de verbas próprias (adicionais) através de projetos. Com números rigorosos, talvez se pudesse demonstrar, pelo contrário, que a soma das rubricas do financiamento via OGE e das propinas cobre, e sempre cobriu, integralmente o financiamento dos salários dos professores e dos funcionários da Universidade. Não cobrirá, os salários de investigadores e de bolseiros afetos a projetos, o que é compreensível, uma vez que estes têm de ser garantidos por verbas captadas através desses projetos e não pelo OGE.

O que não cobre também, e isso parece por demais evidente no nosso dia a dia, é a manutenção dos padrões de qualidade de ensino que imaginávamos há anos como sendo um dado adquirido. O que é, evidentemente, errado.

Neste tipo de análises há que ser rigoroso. A falta de instrumentos como a contabilidade analítica, não permite o rigor que seria desejável. Será que este estado de coisas aproveita a alguém.
14. Os serviços da UM, sendo instrumentais, são da maior relevância para o bom funcionamento da Universidade.

a) Considera a lista B que há uma boa gestão dos serviços da UM?

b) De todos?

d) Há algum que funciona mal? Qual (ou quais)?

e) No caso de a lista considerar que há serviços a melhorar o que pensam fazer em concreto?

Não é fácil fazer um balanço efetivo, pois a perceção apenas resulta da utilização dos serviços e da vivência do dia-a-dia. Contudo, é notório que alguns serviços ficam aquém do que seria desejável, por falta de capacidade de resposta ou por inadequada forma de resolver alguns problemas.

De algum modo, na respostas à pergunta 11, sobre o funcionamento das Bibliotecas, se identifica como os membros do CG podem vir a lidar com esta questão, muito sensível para a comunidade e para um funcionamento adequado da instituição como um todo.

15. A UM tem um Administrador com importantes funções (gestão corrente da instituição). Qual o perfil que deve ter o administrador segundo a lista B?

É notório que o Administrador deve ser da confiança do Reitor. Apenas a ele deverá caber a definição desse perfil. O que não significa que não se possa analisar e criticar procedimentos, mas esse é o campo da discussão política e de aferição dos órgãos de governo.

16. A Universidade com largas centenas de professores e de funcionários é um lugar corrente de conflitos ( concursos, relações com presidentes , directores ou com chefias) que devem ser resolvidos, sempre que possível, rapidamente e fora dos tribunais.

a) Entende a lista B que faz falta um mediador, conciliador ou entidade semelhante na UM ?

b) Em caso negativo, que outras soluções propõem?

O funcionamento da UM nas várias dimensões é similar a uma pequena sociedade com um conjunto de regras e modelo de governo. Assim, nos aspetos questionados a UM funciona de forma muito similar à sociedade onde se insere. Uma justiça adequada e célere é fundamental para o salutar funcionamento de qualquer sociedade, pois só assim se garante que existe justiça. Olhando para a sociedade, poder-se-á dizer que existem diversos modelos que podem ser adaptados à UM para melhorar o funcionamento e precaver situações de injustiça notória e com implicações graves ao nível do ser humano. Apresentar uma solução obriga a um conhecimento aprofundado dos problemas e da forma de adotar os modelos, pelo que não é fácil em breves palavras apresentar e discutir soluções.

17. A motivação/desmotivação dos docentes, investigadores e funcionários está seguramente na primeira linha das preocupações da lista B.

a) Qual a avaliação que faz a lista B sobre esta situação na UM?

b) Pensa a lista B que este problema transcende a UM, nada podendo fazer esta de relevante nesta matéria?

c) Caso considere que algo se pode fazer, o que pensam propor os seus membros?

A vida da academia tem sido fustigada por muitos e penalizantes problemas que afetam de forma direta o dia-a-dia de todos os membros da comunidade académica. Esses problemas emanam da forma como em alguns casos a UM e os seus órgão de governo lidam com as soluções a adotar, mas mais frequentemente resultam de condicionamentos externos que penalizam o funcionamento da instituição.

Como em todos os assuntos, o CG deve promover uma visão e uma estratégia que permita à UM uma rápida adaptação à mudança e que antecipe soluções que previnam a penetração dos problemas às células mais frágeis da academia. Só assim, será possível amortecer os fatores penalizantes e criar mecanismos de proteção que favoreçam uma academia mais pujante e com vida própria.

Para todos os temas que condicionam a vida académica o CG geral deve ser um órgão de governo atento e solidário com a academia.

18. Os campi da Universidade do Minho ( Azurém e Gualtar) são espaços da maior importância para o bom desempenho das tarefas a cargo dos docentes, dos funcionários e dos alunos.

a) Considera a lista B que eles estão devidamente organizados?

b) Considera a lista que os membros da academia devem ser ouvidos na solução dos problemas dos campi? De que modo?

c) E tem a lista B algo a dizer sobre o problema da Quinta dos Peões(Gualtar)?



Os campi da UM funcionam como um espaço urbano em que se desenvolvem diversas atividades, pelo que a sua gestão deve ser feita para toda a comunidade que os utiliza. A participação da comunidade em processos de planeamento e gestão é um elemento fundamental para o sucesso do modelo de governança, pelo que a instituição universitária deve pugnar por que isso aconteça no seu seio. Nem sempre é fácil conciliar a dinâmica das UOEI e das suas subunidades a uma realidade mais estática que são as infraestruturas dos campi. Contudo, os serviços responsáveis devem estar atentos e pugnar porque a qualidade dos espaços dos campi e as condições de funcionamento dos mesmos, quer na parte exterior ao edifícios, quer na parte interior aos mesmos, possuam as condições de funcionamento adequadas às exigências das atividades que aí decorrem. A evolução ao longo dos anos que os campi tiveram cria alguma disparidade entre a qualidade dos espaços, o que é natural. Contudo, deve existir uma política de gestão que aproxime a qualidade dos espaços de uma média que seja entendida pelos utilizadores e que resulte de melhorar os espaços menos adequados transformando e revitalizando os mesmos.

Neste contexto, no momento presente existem grandes desafios, face à preocupação constante de reduzir custos com manutenção e funcionamento, contudo é fundamental que não se cruze a linha que estabelece as condições mínimas de funcionamento. Para isso é fundamental que haja ferramentas de gestão e manutenção dos campi cada vez mais eficazes e que transmitam à comunidade o porquê de determinadas decisões que afetam e alteram a vivência diária dos membros da comunidade académica.

Também, a relação da UM com os espaços envolventes deve ser uma preocupação da instituição, pelo que deve existir uma magistratura de influência junto das autarquias em que se inserem os campi da UM.

Registarei com muito agrado a atenção que este pedido possa merecer da lista B que o colega encabeça.

Compreendo que nem todas sejam respondidas, por falta de tempo ou informação mas disso será dado conhecimento pela própria lista.

Como é óbvio, as questões, apesar de serem muitas, estão longe de ser todas as que mereciam ser abordadas, podendo a lista acrescentar outras questões concretas que considere relevantes.

Peço que sempre que na resposta remetam para os textos divulgados pela lista transcrevam a parte pertinente.

Com votos de boa campanha para bem da Universidade do Minho e por um CG forte, plural e atento, contribuindo para o bom governo da Universidade,

António Cândido de Oliveira
Eleitor e Membro do CG cessante
UM, 3 de Março de 2013



Eleições CG-2013 - Respostas Lista A

Eleições para o Conselho Geral da Universidade do Minho de 2013

Questões concretas para o debate eleitoral que está em curso dirigidas à Lista A.

Introdução

A campanha para as eleições do conselho geral (CG) da UM entram na sua semana mais alta. A próxima é já para votar (dia 13). Os eleitores têm o direito (e o dever) de saber o que pensam os candidatos às eleições para orientarem o seu voto. Há aqui uma relação de representação, nos termos da qual os candidatos a representantes (eleitos) devem dar a conhecer eleitores o que vão fazer com o voto confiado e o mandato.

É dentro desta linha que segue por este meio – e também por escrito – para cada uma das listas uma série de perguntas para as quais se pede resposta tão concreta como as perguntas.

Trata-se de pôr em prática os princípios da democracia, da responsabilidade, da participação, da transparência e da frontalidade que todas por igual assumem sem consentir que outra se apresente mais à frente na defesa desses princípios.

As respostas serão divulgadas neste mesmo lugar na próxima semana ou, logo que recebidas, sempre distintamente, lista a lista.
Perguntas

1. Umas das tarefas mais importantes do CG a sair das eleições do dia 13 de Março de 2013 será é a da escolha do Reitor.

a) Qual o perfil que a lista -- considera necessário que deve possuir o futuro reitor da UM?

Mais do que a defesa de qualquer perfil definido a priori, a Lista A avaliará o Programa de Candidatura de cada um dos candidatos que se venham a apresentar, em função dos valores e das propostas que mais se coadunem com o ideário defendido pela Universidade Cidadã.

b) Considera que o actual reitor, caso se recandidate, se enquadra nesse perfil?

As nossas divergências são conhecidas e foram expressas ao longo dos últimos quatro anos no Conselho Geral. Caso o atual reitor de recandidate, agiremos em conformidade com o princípio acima enunciado. Em qualquer caso, não patrocinaremos nem apoiaremos qualquer candidatura, de acordo com os compromissos publicamente assumidos durante o período eleitoral pela Lista A.

2. Ainda que a escolha da equipa reitoral seja tarefa do reitor, o conselho geral tem o direito e o dever de apreciar o trabalho por ela desenvolvido.

a) Como avalia a lista A a prestação da equipa reitoral cessante?

b) Que características gostaria de ver na próxima equipa reitoral (tamanho, divisão de tarefas, etc.)?

O reitor é um órgão unipessoal, de acordo com a Lei, único responsável pela escolha da sua equipa e pela organização interna desta. Em ambos os casos o Conselho Geral não interfere nessas opções autónomas mas, em função de questões concretas durante o exercício do mandato tem o direito de produzir recomendações sobre o funcionamento da Universidade e deve fazê-lo quando tal se justifique.

3 Que avaliação faz a lista A do trabalho do CG cessante:

a) Em termos gerais?

Tratou-se de um trabalho de instalação do órgão e de aprendizagem individual e coletiva, com acertos e desacertos, pelos quais todos os seus membros foram responsáveis, pois convém insistir no facto de que se trata de um órgão colegial. Temos, de resto, por várias vezes insistido e procurado defender essa dimensão de colegialidade, da qual não prescindiremos.

b) Quais os aspectos mais positivos?

O trabalho das comissões especializadas, o ciclo de debates promovido em torno do regime fundacional, a participação de vários grupos na apresentação de propostas com vista ao plano estratégico da Universidade, a livre expressão e discussão de pontos de vista, a intervenção em torno dos mais importantes documentos apresentados pelo reitor e o maior escrutínio sobre as questões financeiras.
c) Quais os aspectos mais negativos?

Limitada capacidade de comunicação com a Academia, desaproveitando a prerrogativa estatutária de solicitar pareceres e de auscultar as UOEI sobre matérias da máxima relevância, como foi o caso da decisão sobre a solicitação de passagem ao regime fundacional. Dificuldade em assumir uma agenda própria, para além dos assuntos obrigatoriamente apreciados na sequência das matérias introduzidas pelo reitor, e de acompanhar, eventualmente apresentando propostas concretas, os atos de gestão mais relevantes.

4. Outra das primeiras tarefas do conselho geral será a cooptação dos membros externos.

a) Como avalia a lista A a prestação dos membros externos no CG cessante?

A participação de personalidades prestigiadas e experientes, em representação da Sociedade, representou uma mais-valia para a Universidade, até pela sua contribuição para um olhar mais descentrado do mundo universitário e das suas regras, modos de agir, preocupações imediatas, etc. Porém, tal exige um conhecimento da Instituição e dos seus problemas que leva tempo a adquirir, devendo ser apoiado de forma particularmente independente e não condicionadora, de tal forma que a expressão dos membros externos seja absolutamente independente e possa contribuir para uma efetiva diversidade de posições, independente das posições do reitor e dos restantes membros do Conselho.

b) Que qualidades devem ter os elementos externos a cooptar?

A disponibilidade para uma efetiva e regular participação nas reuniões do Conselho e nas suas comissões especializadas representa um quesito relevante, tal como a sua diversidade deverá ser reforçada no futuro, até pela cooptação de personalidades que cubram melhor a pluralidade de estatutos, de género, de setores de atividade, com relevo para o mundo do trabalho e das organizações da sociedade civil.

5. Os membros do CG são representantes dos corpos que os elegeram ainda que no exercício das suas funções passem a actuar, tendo em conta os interesses gerais da Universidade e não de cada corpo da academia.

a) Considera a lista A importante manter informados os eleitores do que vão fazendo, debatendo e deliberando os membros do CG?

A informação prestada a professoras/es e investigadoras/es é indispensável, especialmente quando se trata de matérias não de rotina, mas antes de relevância política. Propusemos a abertura das reuniões do Conselho Geral, de que resultou a aprovação de apenas uma reunião aberta por ano, a qual tem sido pouco participada, por razões que urge ponderar. Proporemos, também, a realização de reuniões com os responsáveis das UOEI sobre temas relevantes, com a garantia da sua efetiva expressão, possibilitando um diálogo aberto e profícuo. Somos adeptos de uma muito maior aproximação e comunicação entre o Conselho Geral e a Academia, tendo publicado sempre as nossas tomadas de posição sobre matérias que considerámos de relevo, participado ativamente em debates para que fomos convidados e introduzindo assuntos que vários colegas nos foram fazendo chegar. Outras formas e processos de comunicação serão por nós ensaiados.

b) Considera a lista A que há matérias reservadas que não podem (nem devem) ser levadas ao conhecimento dos eleitores?

Eventuais matérias reservadas, de resto previstas no Regimento do Conselho, deverão ser bem justificadas e a título excecional, sempre limitadas no tempo, pois entendemos que na Administração Pública deve prevalecer a publicidade democrática.

c) Qual o âmbito dessa reserva?

Assuntos com dimensão político-estratégica que se encontrem em negociação, que impliquem a tutela ou outros atores institucionais e que deverão, a breve trecho, perder o estatuto de reserva.

d) Como vão informar os eleitores? Irão responder pessoalmente às questões ou perguntas que lhe forem endereçadas no âmbito das suas competências?

Temos respondido sempre a questões que nos são colocadas e para tal continuaremos disponíveis, tendo apresentado algumas delas em Conselho Geral. Introduzimos temas e apresentámos moções na sequência de problemas que nos foram comunicados.



6. Considera a lista A importante a existência de um meio de comunicação na UM com a finalidade de divulgar informação e opinião de forma livre e isenta?

a) No caso afirmativo que estatuto deve ele ter?

Um projeto desse tipo faz todo o sentido mas exige apoio institucional, ao mesmo tempo que não pode deixar de assegurar total liberdade editorial.

b) Estariam os membros da lista A dispostos a apoiar um jornal (ou outro meio) com origem na academia?

O apoio seria à ideia e sua viabilização.

c) Em que condições e de que modo?

Entendemos que qualquer projeto teria de assegurar a intervenção autónoma de profissionais da comunicação social, aos quais caberia propor o respetivo estatuto editorial, afastando a ideia, frequente, de uma espécie de órgão oficial da Universidade ou do Conselho Geral, com a qual discordamos.

7. Que opinião tem a lista A do “Nós”, jornal on line da UM que acaba de completar três anos de publicação, com o n.º 29)?

Trata-se de uma iniciativa que, na ausência de um projeto mais ambicioso e com maior periodicidade, é útil, embora limitada no seu alcance. Somos defensores de alternativas que se afastem da lógica da “comunicação institucional”, outrora conhecida por “relações públicas”, preferindo uma comunicação mais diversa, não de tipo top-down, mas capaz de dar conta do “chão” da Universidade, do seu quotidiano e da sua pluralidade, e em interação com a região e os contextos mais gerais em que a Universidade hoje se encontra inscrita em termos cosmopolitas.

8. A lista A defende que a autonomia da Universidade precisa de ser “reforçada”.

a) Mas de que modo?

Somos defensores da autonomia universitária, mas não entendida como independência face ao Estado nem como desobrigação deste perante as suas obrigações constitucionais para com a educação pública. A autonomia implica um complexo jogo de interdependências, viabilizando o exercício responsável do autogoverno. Não é, por isso, matéria apenas, ou sobretudo, técnica e de gestão, de tipo operacional ou procedimental, caso em que se revela uma espécie de “autonomia” heterogovernada, incidindo mais nos meios do que nos fins e objetivos, Entendemos que a autonomia académica, designadamente nos planos científico, pedagógico e cultural, é o coração da Universidade, um quesito sem o qual simplesmente não há autonomia universitária. A autonomia institucional e de gestão é, igualmente, muito relevante, mas deve estar ao serviço da autonomia académica, e não o inverso. Enquanto ação concreta de participação no processo da tomada de decisões e na produção de regras próprias, rejeitamos a confusão entre autonomia universitária e poder discricionário, entre autonomia e financiamento privado ou, maioritariamente, de origem privada. A autonomia universitária não é realizável à margem, ou para além, da autonomia dos membros que a constituem.

b) A ideia de fundação ou algo semelhante deve ser retomada?

Somos críticos do regime fundacional ou de outro com contornos semelhantes, por razões sobejamente conhecidas e que exprimimos publicamente de forma detalhada, antes e durante o debate promovido pelo Conselho Geral, em debates promovidos em diversas UOEI, nas nossas declarações de voto e em vários textos que se encontram publicados no Blog da Universidade Cidadã.

9. Se a UM exige à tutela governamental, como tem exigido, maior autonomia tem sentido que aplique esse mesmo princípio dentro da sua estrutura.

a) Considera a lista A necessário aumentar a autonomia das escolas?

É uma das propostas que fazemos e que, ao longo dos últimos quatro anos, temos procurado esclarecer. Existe em documentos oficiais da Universidade e, também, em ideários de Listas concorrentes, uma manifesta confusão quanto a este assunto. Tal confusão, em nosso entender, advém do facto de se confundir descentralização (em contexto organizacional) com modernização administrativa, melhoria e desconcentração de serviços na Universidade.

b) Em caso afirmativo, como pode/deve ser feito esse aumento em concreto?

O modelo de governação da Universidade continua muito centralizado. É necessário, dentro dos limites legalmente instituídos, conferir maior centralidade às UOEI, não apenas em termos dos respetivos Estatutos, mas sobretudo pela prática concreta do relacionamento entre os órgãos de governo da Instituição e as UOEI: definição do seu desenvolvimento estratégico; concertação e colaboração entre as UOEI para além dos limites de funcionamento do Senado Académico, criando, eventualmente, um Conselho das Escolas; planeamento e orçamentos de natureza participativa; descentralização de poderes substantivos do reitor para as UOEI (transferências de poderes), são alguns exemplos.

c) E como compatibilizar a autonomia com a responsabilidade?

Assegurando sempre processos de coordenação e de colegialidade, bem como processos claros de avaliação.
d) Considera a lista A necessária uma reestruturação das escolas?

A Lista A considera que qualquer processo de reestruturação de UOEI deve depender de objetivos claramente assumidos e da vontade democraticamente expressa por parte das UOEI diretamente envolvidas, numa lógica associativa-autonómica e não numa lógica centralizadora-racionalizadora.
10. As mudanças na rede do ensino superior a nível nacional estão na ordem do dia.

a) Considera a lista A importante fazer mudanças na rede?

Sem termos de referência políticos por parte do governo, concertados com as Instituições e por elas considerados aceitáveis e virtuosos para o seu futuro, toda a iniciativa que venha a ocorrer se arriscará a atentar contra a autonomia das Instituições e dificilmente terá condições de êxito futuro. Em muitos casos, e mesmo se consensuais, eventuais processos de reorganização levarão tempo, exigirão muito trabalho de coordenação e, até, financiamentos acrescidos numa primeira fase de instalação. Em tempos de crise, tais investimentos são problemáticos, correndo-se o risco de, na sua ausência, a almejada “racionalização” da rede vir a resultar em prejuízos para as comunidades locais, os estudantes e os projetos de educação superior, podendo limitar-se a políticas de desinvestimento do Estado para com o Ensino Superior.

b) Em caso afirmativo em que sentido?

c) Pode dar exemplos concretos?

11. As Bibliotecas da UM são muito importantes para a aprendizagem dos alunos, para a docência e para a investigação na UM.

a) Qual a opinião geral da lista A sobre o funcionamento delas?

As bibliotecas da Universidade representam não só um recurso pedagógico-didático e de investigação indispensável (o equivalente aos laboratórios mais sofisticados para certas áreas do saber), mas também um património que, em vários casos, é invejável pela riqueza dos acervos que foram criteriosamente constituídos, com muito esforço e critério, ao longo dos anos. O seu funcionamento pode sempre ser melhorado, tornando-as mais dinâmicas e abertas, com regras adequadas à vida universitária e às necessidades dos universitários, sem rigorismos desnecessários e desmobilizadores.

b) Que pretende a lista fazer, se for o caso, para melhorar a sua organização e funcionamento?

No âmbito da sua atuação no Conselho Geral, a Lista A será sempre uma acérrima defensora da riqueza do património bibliográfico que possuímos e das formas de organização que melhor sirvam todos quanto dele beneficiam.

12. É muito importante dar atenção ao problema das contas da UM (receitas e despesas)

a) Qual a apreciação global que a lista A faz sobre este aspecto?

Evoluiu-se consideravelmente, seja ao longo do mandato do Conselho Geral, seja especialmente em termos comparativos com o passado. A Lista A entende ter dado uma incontornável contribuição nesta matéria.

b) A transparência e publicidade das contas actualmente existentes satisfazem?

É necessário e justo destacar os progressos registados. Ao mesmo tempo que temos elogiado e procurado apoiar e incentivar tais progressos, temos apontado aquilo que entendemos dever ser melhorado, através de críticas construtivas.

c) Sabe a lista quanto custa em concreto cada escola, cada serviço da UM?

É possível chegar a cálculos aproximados mas, como temos dito, só a adoção de uma contabilidade analítica permitirá respostas satisfatórias. Esta reforma, não obstante as suas dificuldades, tem de facto tardado e para isso temos chamado a atenção.

d) E sabe quais as respectivas receitas?

O problema foi acima enunciado.

e) Considera a lista importante conhecer esses dados para analisar, nomeadamente, ano a ano, a evolução de receitas e despesas e as razões da mesma?

Sim, absolutamente.

13. Tem-se dito que é muito importante em matéria de contas introduzir em pleno a contabilidade analítica na UM.

a) Considera a lista A essa introdução muito importante?

É uma exigência que já deveria ter sido executada.

b) Quando considera que essa contabilidade pode ser utilizada?

Ignoramos exatamente quando, apenas que temos sistematicamente insistido e que o reitor tem sistematicamente garantido que está em preparação.

c) O que vai fazer para esse efeito?

Intensificar a pressão nesse sentido, pois a continuarem os atrasos pode duvidar-se da vontade política em efetuar esta mudança.

14. Os serviços da UM, sendo instrumentais, são da maior relevância para o bom funcionamento da Universidade.

a) Considera a lista A que há uma boa gestão dos serviços da UM?

É bastante variável.

b) De todos?

d) Há algum que funciona mal? Qual (ou quais)?

Ao longo do mandato do Conselho Geral apresentámos testemunho de vários problemas concernentes aos serviços académicos no âmbito da pós-graduação, e não estivemos sozinhos. Também houve lugar à produção de elogios a certos serviços.

e) No caso de a lista considerar que há serviços a melhorar o que pensam fazer em concreto?

O que temos feito, apresentando os problemas e conferindo-lhes dignidade política para serem apreciados no Conselho Geral. A figura da recomendação ao reitor representa uma opção que, embora deva ser usada com grande cautela e critério, não deve ser afastada.
15. A UM tem um Administrador com importantes funções (gestão corrente da instituição). Qual o perfil que deve ter o administrador?

É uma questão da exclusiva responsabilidade do reitor, que o nomeia, mas é razoável defender que seja um especialista e que conheça as especificidades de uma instituição universitária.
16. A Universidade com largas centenas de professores e de funcionários é um lugar corrente de conflitos ( concursos, relações com presidentes , directores ou com chefias) que devem ser resolvidos, sempre que possível, rapidamente e fora dos tribunais.

a) Entende a lista A que faz falta um mediador, conciliador ou entidade semelhante na UM ?

Já em sede de Assembleia Estatutária fomos defensores da existência de um Provedor para toda a Universidade, o qual incluiria as dimensões relativas aos estudantes, entre todas as outras.

b) Em caso negativo, que outras soluções propõem?
17. A motivação/desmotivação dos docentes, investigadores e funcionários está seguramente na primeira linha das preocupações da lista --.

a) Qual a avaliação que faz a lista A sobre esta situação na UM?

Para além dos fatores externos, que se prendem com o processo de ajustamento em curso e que implicam cortes salariais, perda de subsídios, subida de impostos, congelamento de escalões, entre outros, existem fatores internos que se podem vir a revelar verdadeiros obstáculos à ação empenhada e mobilizada dos académicos: abertura de vagas do quadro, intensificação do trabalho, controlo hiperburocrático de processos, entre outros. Entre outros casos, os processos de gestão pedagógica, de avaliação do desempenho e de regulamentações diversas (bibliotecas, prestação de serviço docente) contribuíram para acentuar o mal-estar e não foi raro ver docentes/investigadores indignados. A participação nos processos de decisão, também nestes casos, não é já só um quesito de cidadania democrática, mas é até mesmo uma garantia de eficácia.

b) Pensa a lista A que este problema transcende a UM, nada podendo fazer esta de relevante nesta matéria?

De forma nenhuma, pois a autonomia serve, exatamente, para ser usada nestas circunstâncias, dentro e fora da Instituição, não aceitando factos consumados, fatalismos, ou a conhecida fórmula thatcheriana TINA (there is no alternative).

c) Caso considere que algo se pode fazer, o que pensam propor os seus membros?

Usar todas as prerrogativas que estão ao alcance dos membros do Conselho Geral, pois de contrário isso significaria abdicar das nossas responsabilidades e trair a confiança de quem nos elegeu. Nesse campo estaremos, como estivemos nos últimos quatro anos, inteiramente livres; não teremos qualquer disciplina de voto para cumprir, qualquer poder a defender, qualquer intuito de atacar seja quem for.

18. Os campi da Universidade do Minho ( Azurém e Gualtar) são espaços da maior importância para o bom desempenho das tarefas a cargo dos docentes, dos funcionários e dos alunos.

a) Considera a lista A que eles estão devidamente organizados?

Há imenso a melhorar nos campi, porventura mais em Gualtar, dada a sua densidade e o número mais elevado daqueles que o frequentam.

b) Considera a lista que os membros da academia devem ser ouvidos na solução dos problemas dos campi? De que modo?

Não há outra solução democrática e, de resto, mais eficaz, que não passe por ouvir e criar processos de participação por parte daqueles que vivem no terreno quotidianamente e sentem os problemas.

c) E tem a lista -- algo a dizer sobre o problema da Quinta dos Peões(Gualtar)?

A confusão instalou-se há já muitos anos, o problema arrasta-se sem fim à vista. Bem, ou mal, instalou-se a ideia de que a Universidade ficou a perder.

Registarei com muito agrado a atenção que este pedido possa merecer da lista A que o colega encabeça.

Compreendo que nem todas sejam respondidas, por falta de tempo ou informação mas disso será dado conhecimento pela própria lista.

Como é óbvio, as questões, apesar de serem muitas, estão longe de ser todas as que mereciam ser abordadas, podendo a lista acrescentar outras questões concretas que considere relevantes.

Peço que sempre que na resposta remetam para os textos divulgados pela lista transcrevam a parte pertinente.



Com votos de boa campanha para bem da Universidade do Minho e por um CG forte, plural e atento, contribuindo para o bom governo da Universidade



António Cândido de Oliveira

Eleitor e Membro do CG cessante

UM, 3 de Março de 2013