sexta-feira, 1 de maio de 2009

A Linha 43 e a AR

Os TUB criaram recentemente uma nova carreira entre a Estação dos caminhos de ferro e o campus de Gualtar por forma a servir os passageiros que utilizam o comboio para chegar a Braga e merecem ser felicitados por isso. Embora a carreira tenha um particular interesse para quem vai para a Universidade do Minho, o facto de percorrer a Rodovia não só torna a viagem muito mais rápida como permite diversas paragens que garantem um rápido acesso a pontos centrais da cidade.
Até agora havia apenas um único meio de transporte aceitável entre a estação e o campus: era o táxi. Agora não. E curiosamente isso não prejudicará necessariamente os táxis: se o movimento aumentar, como se espera, haverá sempre quem acabe por os utilizar para ir ainda mais depressa. Os táxis só têm a ganhar com mais pessoas a utilizar os transportes públicos. É evidente, porém, que há melhorias a fazer. Uma delas é o acesso directo ao campus da UM. Com um devido
arranjo da entrada mais próxima (junto à Rua Nova de Santa Cruz) o 43 pode e deve deixar os passageiros junto dos complexos pedagógicos sem o perigo de terem de atravessar a actual e concorrida rotunda
Esta carreira é um bom motivo também para modificar hábitos de deslocação de muitos. Não tem sentido a utilização do automóvel entre o Porto ou Famalicão e Braga (ou o trajecto oposto) quando o comboio permite uma viagem tranquila, a descansar ou até a preparar alguns trabalhos.
Deve integrar-se, por outro lado, a criação desta linha no importante movimento de cidadãos que se tem desenvolvido a partir desta cidade e que encontra expressão na Associação Comboios do Século XXI. Este movimento entregou. em devido tempo na Assembleia das República, uma petição subscrita por milhares de pessoas, exigindo bons transportes entre Braga e Porto e, nomeadamente, que o trajecto entre as duas cidades não demore mais de 40 minutos.
Trata-se de pedir, afinal, uma média de velocidade inferior a 70km/hora para ligar duas cidades que distam pouco mais de 50 quilómetros.
Essa luta continua e, no próximo dia 6, às 15 horas, será discutida, na Assembleia da República, em reunião plenária, a petição entregue por 7015 signatários. À associação foi expressamente convidada para estar presente e vão deslocar-se à sua custa a Lisboa alguns sócios (não muitos, pois quase todos trabalham, não podendo pedir dispensa sem mais para este efeito) e dessa viagem e sessão será dada notícia.
É pena que até agora apenas o município de Vila Nova de Famalicão tenha apoiado efectivamente esta jovem instituição que teve ainda há dias uma assembleia gemi na sala de espera (1) da estação de Braga. pois nem sequer um espaço adequado lhe foi cedido pelaCP, pela REFER ou pelo município.Uma associação que luta por melhores meios de transporte públicos merece mais apoio. Esperemos que tal suceda...

in Jornal de Notícias - Norte

quarta-feira, 25 de março de 2009

Tomaram posse no passado dia 16, os membros do Conselho Geral da Universidade doMinho, eleitos em 2 de Março de 2009. Este Conselhoé, nos termos da lei e dos novos estatutos, o órgão máximo de governo e de decisão estratégica da UM. cabendo-lhe tomar as principais decisões desta
Tata-se de um órgão novo na estrutura das nossas universidades com um número de membros relativamente pequeno e com largos poderes.
Compete-lhe, nomeadamente, eleger (e destituir até, se for o caso) o próximo reitor da UM, competência que depende, quanto ao momento temporal, da vontade do actual de permanecer em funções até ao fim do seu mandato, como a lei lhe permite, ou de entender que é altura de iniciar a transição, fazendo coincidir o mais possível o mandato deste Conselho Geral com o mandato do novo reitor (ambos com a duração de quatro anos).
Com os novos estatutos há regras de governo muito rigorosas e agora o reitor é obrigado, por exemplo, a propor em devido tempo o orçamento anual ao Conselho Geral que será por este apreciado, mediante um procedimento especial, e depois devidamente aprovado e publicitado. Também não será possível que a UM continue a funcionar sem um administrador devidamente qualificado, perito em gestão.
Note-se, entretanto, que a primeira e muito importante tarefa que este Conselho tem de cumprir é a de cooptar seis membros externos para completar a sua composição (23 membros). Os 17 membros eleitos vão escolher personalidades de reconhecido mérito que se interessem e estejam disponíveis para acompanhar o governo da UM. Cumprida essa tarefa, o Conselho Geral reúne para escolher o seu presidente que será obrigatoriamente urna dessas personalidades. Verifica-se, assim, uma abertura à sociedade que envolve a Universidade como até agora nunca houve.


Temos, a partir de agora, uma estrutura de poder em que, por um lado, está o Conselho Geral, órgão colegial com os largos poderes já mencionados e, por outro lado, um órgão uninominal que é o reitor, que superiormente dirige-se representa a Universidade .
Há aqui uma repartição de poderes que, se for bem exercida, permitirá ao órgão colegial apontar os rumos da universidade e ao órgão uninominal levá-los à prática, exercendo também importantes poderes. Procura-se evitar a tentação presidencialista/reitoral tão comum nas nossas universidades, sem prejuízo de um governo democrático e eficaz.
O tempo dirá como vão correras coisas. Trata-se de urna experiência muito interessante em que se exige um alto nível de responsabilidade e cooperação a ambos os órgãos para ter êxito. Isso deverá ser feito para que assim suceda.


in Jornal de Notícias - Norte