quinta-feira, 13 de junho de 2019

Os estudantes no parlamento da Universidade

O conselho geral da Universidade do Minho, constituído por 23 membros, é uma espécie de parlamento da universidade, no qual os estudantes têm uma importante participação através de 4 (quatro) elementos eleitos pelos seus pares.

O conselho geral é ainda composto por 12 professores/investigadores eleitos de entre eles, 1 funcionário eleito pelo corpo de funcionários e por 6 membros, estes já externos à Universidade cooptados pelos 17 membros eleitos.

Também se pode comparar, como já temos escrito, o conselho geral a uma assembleia municipal (que, por sua vez, é um parlamento local) pelos poderes que tem.

O voto dos estudantes no conselho geral é por vezes decisivo, principalmente quando há , e acontece muitas vezes , divergências de opinião entre os restantes membros, particularmente entre os professores. Com o voto dos estudantes elege-se o reitor e cooptam-se os elementos externos, aprovam-se orçamentos e contas e tomam-se deliberações do maior relevo para a Universidade.

Por isso, deve estranhar-se que muito recentemente (5 de junho de 2019) tenham sido eleitos 4 estudantes com o voto de 241 deles, num total 19.130. Houve 43 votos em branco. Votaram, pois, 1,2% dos estudantes e a abstenção foi, assim, de quase noventa e nove por cento (98,8%).

Sabemos que houve apenas uma lista, mas isso não justifica tudo.
Por haver apenas uma lista, maior preocupação deveria existir para que se registasse uma participação minimamente relevante.

Algo está errado quando não votam 18.846 de 19.130 alunos. E se isto não sobressalta ninguém, pior ainda. Os estudantes saem mal desta situação, mas a academia em geral também! A legitimidade jurídica desta eleição não está em causa, mas todas as outras importantes legitimidades estão.

PS - Existem comboios suburbanos rápidos Braga-Famalicão e Braga-Trofa e vice-versa. Não existem comboios rápidos Braga-Porto (Campanhã) e vice versa. Não existem, mas deveriam existir, pois haveria maior mobilidade e comodidade para os passageiros (entre eles muitos estudantes) e menores gastos com material e energia. Os municípios de Braga, Famalicão e Trofa e Porto não podem estar parados, perante esta situação. Os seus munícipes merecem mais atenção por parte da CP e da IP.
  
(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 13-6-2019)