segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A Universidade é um Serviço Público

A Universidade é um serviço público e como tal deve manter o princípio da continuidade dos serviços públicos. Compreende-se que, em períodos de férias, a  atividade da Universidade  seja mais reduzida, mas não que encerre. Há aquilo que se costuma chamar serviços mínimos e as bibliotecas, por exemplo, fazem parte desses serviço. É preciso não esquecer, por outro lado, que há estudantes estrangeiros que nos visitam em tempo de férias.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

UM: O Conselho Geral e a Academia estão afastados?

No dia 15 de dezembro de 2014, no auditório B1 do complexo pedagógico II do campus de Gualtar, reuniu o conselho geral da Universidade do Minho, em sessão ordinária, aberta ao público (à academia) e iniciada por volta das 9h45.
O conselho geral, constituído por 23 membros (12 professores, 4 alunos, 1 funcionária e 6 personalidades externas) estava praticamente completo, notando-se apenas a falta da vice-presidente Isabel Furtado. A arquiteta Helena Roseta, que saiu deste órgão por não ter disponibilidade de tempo, ainda não foi substituída.
As reuniões do conselho geral não costumam ser públicas mas consta do regimento deste órgão fazer, pelo menos, uma sessão aberta por ano para possibilitar a participação da academia. A primeira nota a registar é a de que a academia não participou. Estava presente apenas cerca de uma dezena de pessoas e se não era de esperar uma presença muito elevada seria razoável ver no auditório, que comporta mais de uma centena de pessoas, pelo menos, várias dezenas. A participação de 50 ou 60 pessoas entre alunos, funcionários e professores faria toda a diferença. Seria, aliás, uma boa ocasião para que os estudantes se integrassem na vida da universidade até porque, nesta reunião, se apreciava matéria que lhes dizia diretamente respeito. Em vez disso, cá fora, estudantes gritavam bem alto, nos habituais e praticamente diários rituais de praxe. Esta ausência de participação deveria, a nosso ver, ser motivo Temos uma comunidade com cerca de 20.000 membros que está cheia de problemas da mais variada ordem (desde os de gestão corrente aos estratégicos) que mereciam debate e chamadas de atenção nomeadamente ao reitor, dado o papel que desempenha. A ausência de debate não nos eleva. Diminui-nos. António Cândido de Oliveira acmoliveira2011@gmail.com de reflexão. Reflexão por parte do conselho geral e por parte da academia. Não sabemos se o conselho geral vai fazer uma apreciação do que sucedeu. Se não vai, devia. Pode haver aqui um problema de comunicação deste órgão. Ele devia, a nosso ver, aproximar-se mais da academia que o elegeu e há várias formas de o fazer, bastando pensar um pouco. Uma seria, desde logo, reservar um período na parte inicial ou final (preferíamos a inicial por causa da hora incerta do encerramento) para a intervenção do público, colocando questões ou fazendo sugestões. Sabemos que há quem não goste de um tal período, temendo nomeadamente que se façam perguntas despropositadas ou muito incómodas. Julgo que é um risco menor que se deve correr e há formas de o organizar adequadamente. O que seria mau é que o conselho geral tirasse a seguinte conclusão: a academia não participou? Pior para ela! Acabemos com as reuniões abertas! Por sua vez, a academia deve igualmente ponderar. O que se passa? Ela não tem sido capaz de gerar reflexão interna. Temos dois jornais regulares mas nenhum deles cumpre a função de debater livremente e com elevação os problemas da Academia. São aquilo que se pode chamar jornais “oficiais”. E temos uma comunidade com cerca de 20.000 membros que está cheia de problemas da m ais variada ordem (desde os de gestão corrente aos estratégicos) que mereciam debate e chamadas de atenção nomeadamente ao reitor, dado o papel que desempenha. A ausência de debate não nos eleva. Diminui-nos.
Uma nota final para dizer (a extensão destes textos tem limites redatoriais) que nesta sessão, que só foi aberta ao público da parte de manhã, se debateram, principalmente, o relatório do provedor do estudante e o consórcio das universidades do Norte (Minho, Porto e UTAD). Encerrou por volta das 14 horas. Os trabalhos foram retomados às 15 e prosseguiram até ao fim da tarde. Foi publicada uma lacónica nota informativa. Deve dizer-se que os membros deste órgão trabalham a sério e deveriam ter (e não têm) um estatuto adequado à importante missão que desempenham como membros do órgão máximo da Universidade. Um bom tema para debate, se o tivéssemos! UM: O Conselho Geral e a Academia estão afastados?
Autor: António Cândido de Oliveira


in Diário do Minho.