Muito haveria a dizer sobre o Dia da Universidade hoje comemorado. Na impossibilidade de tempo (e um primeiro apontamento para a muito interessante oração de sapiência do colega Armando Machado da Escola de Psicologia que versou exactamente o tempo e a sua percepção) para uma descrição, seguem breves notas.
A intervenção do Reitor - ainda que um pouco longa - teve conteúdo e dava matéria para largo comentário. Apenas duas afirmações (pena é que o discurso não esteja já disponível no "site" da UM para as reproduzir integralmente):
" Apesar das dificuldades, estamos a cumprir o programa de acção para 2009-2013" (Pode concluir-se daqui que os cortes do Governo apenas atingiram, até agora, as "gorduras" da UM?)
"A autonomia das universidades é atacada todos os dias e ainda esta semana o decreto-lei de execução orçamental..."
(Ainda existe autonomia depois de tantos ataques?)
A curta intervenção do Presidente da AAUM foi demasiado reverente desde logo em relação ao Reitor mas também em relação ao Governo. A irreverência (que não implica má educação mas exige dizer coisas que só os estudantes sabem dizer) anda desde há muitos anos arredada destes discursos. Fica a sensação de uma AAUM submissa.
A intervenção do Secretário de Estado do Ensino Superior não correspondeu às expectativas. Quem esperava, como eu, uma intervenção política séria sobre o ensino superior e seus problemas actuais continua à espera.
(Fique-se pelo menos a saber que continuam a ocupar boa parte do tempo dos governantes problemas burocráticos como rimas de papel e a mudança de verbas de uma rubrica para outra...).
Uma nota final ainda: a quantidade de pessoas que acorrem a esta cerimónia anual impressiona e deve obrigar-nos a reflectir.