quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O Corte Orçamental para 2012, a UM e o CRUP

A imprensa de hoje (1.9.2011) dava destaque ao corte orçamental para o ensino superior que é de 66 milhões de euros para as universidades (8,5%).
O Reitor António Cunha, escreve o JN, considera "importante" a forma como a Universidade do Minho será afectada porque a redução de 8,5% significa para a UM "corte na dotação do Estado de 6 milhões". Isso obriga, acrescenta, a "reduções de pessoal docente que estão a ser estudadas".
Inteiramente de acordo que é muito importante a "forma". Não só a forma como a Universidade do Minho será afectada como a forma como serão feitos os cortes dentro dela.
Na verdade, mesmo que o corte vindo do Governo seja "cego", ferindo a justiça nas relações entre as universidades públicas (e espera-se que não seja, como abaixo referiremos), tal não pode significar que a aplicação do corte dentro da Universidade seja também ele "cego". Ele deve ser muito bem explicado e compreendido pela academia. Como bem diz um colega meu: que falta faz a contabilidade analítica!

Neste momento, porém, o mais urgente é trabalhar com o Governo em vista do Orçamento de 2012, devendo o CRUP estar à altura da tarefa que lhe cabe. Na verdade, ao Governo o que importa é o corte global, já o modo como ele é distribuído pelas universidades pouco lhe interessa. Assim sendo, cabe ao CRUP fazer ao Governo, uma vez discutido e assente o corte global final, uma proposta razoável de distribuição das verbas para cada uma das universidades que o Governo meterá no Orçamento a aprovar pela Assembleia da República. Se o CRUP se demitir da sua responsabilidade ou apresentar uma proposta irrazoável, deverá responder perante a opinião pública. Importa estarmos atentos.