Existe,pois!
Na verdade se, por exemplo, o Presidente de uma Escola é eleito pelo Conselho de Escola, que, por sua vez, é eleito pelos docentes, alunos e funcionários ligados a essa Escola,quem pode dizer que não há democracia na Universidade?
É certo que não basta que a lei e os estatutos (da Universidade e da Escola) estabeleçam a democracia.
É preciso que ela seja depois praticada.
Ora, que dizer de uma Escola que organiza o processo eleitoral para apresentação de candidaturas a Presidente da mesma e não aparece nenhuma? Algo de anormal não é? Uma eleição sem candidatos...
Em democracia, fora da Universidade, há soluções para isso e a mais natural é a nomeação de uma comissão administrativa provisória até que se averigue o que se passa e se reabra, tão breve quanto possível, o processo eleitoral.
Mas há outras alternativas e uma delas é, na falta de candidatos, a eleição nominal do Presidente pelo Conselho de Escola.
Não há candidatos, mas abre-se um período de debate sobre os problemas da Escola com vista a uma escolha fundamentada
Mas se essa eleição se fizer, sem se dizer uma única palavra, escolhendo-se um Presidente que sobre a Escola nada disse?
Teremos então um Conselho de Escola mudo que escolhe um Presidente igualmente mudo.
Então talvez possamos concluir que na Universidade, lugar de estudo e investigação, se inventou e pratica uma forma muito especial de democracia: a democracia muda!