quinta-feira, 29 de outubro de 2015

AAUM: umas importantes eleições à porta!

Antes do fim de cada ano civil e ainda no decurso do primeiro trimestre do ano letivo, a academia da Universidade do Minho (UM) vive um momento importante que passa despercebido a muitos. Trata-se da eleição dos órgãos da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e, assim, nomeadamente da eleição da direção e do seu presidente. 
Não é coisa pouca e muito menos algo de interesse limitado aos estudantes. Na verdade, a AAUM, que é uma entidade representativa dos estudantes, tem por finalidade não só “organizar, defender e representar todos os estudantes” como “defender intransigentemente uma universidade democrática”; promover a “formação cívica, física, cultural e científica dos estudantes”; e “criar atividades que incentivem as relações humanas e comunitárias” (artigo 5.º dos estatutos da AAUM). 
A Universidade do Minho, por sua vez, nos seus estatutos, não só reconhece a associação académica como a promove e lhe confere diversas competências, nomeadamente através do seu presidente (artigos 51, al. c), 57.º, 61.º e 115.º dos estatutos da UM). 
Para se fazer uma ideia do que é esta associação, que tem sede (provisória) na Rua D. Pedro V, n.º 88, em Braga e delegação no Campus de Azurém em Guimarães, importa ter presente que ela representa os 19.000 alunos da Universidade do Minho, gere um orçamento anual de cerca de 5.000.000 (cinco milhões de euros) e tem mais de 20 trabalhadores ao seu serviço. A AAUM tem uma rádio (a RUM – Rádio Universitária do Minho) e um jornal semanal que é o seu órgão oficial (Jornal Académico). Para desenvolver as suas atividades dispõe de um autocarro, de uma carrinha e de um automóvel. 
Todos os alunos da UM participam nas eleições como eleitores, pois, pelo facto de estarem inscritos na UM, são sócios por inerência da AAUM. No entanto, apenas os sócios que pagam quotas (uma quota simbólica) podem ser eleitos (cerca de 10.000). Estas eleições costumam ser pouco participadas mas não deviam. A AAUM tem uma influência na Universidade que transcende até os seus estatutos e por isso não devem ser encaradas como coisa menor. 
E participar na vida associativa não perturba o estudo, perguntar-se-á? Pode perturbar. Mas, levada a sério, a AAUM é uma escola de preparação para a vida e mesmo de organização pessoal dentro na universidade, pois um bom aluno saberá conjugar a vida de estudo com a vida associativa. Não se pode esquecer que foram presidentes de associações académicas brilhantes personalidades. Temos, em Braga, o exemplo de Francisco Salgado Zenha que foi um excelente aluno e presidente da Associação Académica de Coimbra. 
A academia e o meio envolvente têm os olhos colocados nos estudantes e estas eleições devem ser atentamente seguidas, desejando-se uma boa disputa eleitoral para saber o que pensam os estudantes da UM e o que pretendem fazem por ela no âmbito indicado pelos seus estatutos. 

Nota – Neste tempo efervescente não nos zanguemos por causa da política. Trabalhemos todos por uma boa solução para o país, seja em que campo for, tendo presente que um princípio básico da democracia é o respeito pelo outro que pensa diferente de nós. 

in Diário do Minho