sexta-feira, 30 de maio de 2014

Eleições na Universidade do Minho - Senado - 26.5.2014

               Raramente escrevo  sobre os problemas políticos do nosso país, porque já há muito quem escreva. Costumo escrever quase sempre  sobre  os problemas das  autarquias  locais e das universidades onde também a política e a democracia têm um  papel relevante. Entre as autarquias locais e as universidades há muito em comum e desde logo a autonomia que a Constituição lhes atribui.

No que toca às universidades, a democracia não está,  entre nós,  felizmente -   em regra – partidarizada, ao contrário que sucede, por exemplo, na vizinha  Espanha.

Ainda nesta segunda-feira, dia 26 de maio de 2014, ocorreram eleições na Universidade do Minho. Foram eleitos representantes dos professores, dos funcionários e dos alunos para o Senado Académico. O Senado Académico não é um órgão tão importante como o Conselho Geral, pois enquanto este tem,  desde logo,  o poder de eleger e destituir, nos termos legais, o Reitor e também o de tomar as decisões mais importantes para a vida da Universidade, o Senado é apenas um órgão consultivo do Conselho Geral e do Reitor.

Acresce que o Senado é um órgão que é composto na sua esmagadora maioria por membros por inerência sendo muito poucos os eleitos diretamente o que menoriza também este órgão. Os professores elegem  três  membros, os estudantes outros três e os funcionários dois.

As urnas das eleições do dia 26 fecharam às 20 horas,  mas só cerca das  20 horas do  dia 27   os resultados foram divulgados à academia, o que impediu que pudéssemos escrever em tempo  texto revisto  para publicar no DM.

Analisando  rapidamente os resultados,  verificamos que dos 914 professores  inscritos nos cadernos eleitorais  votaram 386, tendo a lista B “Mais Universidade, Mais Futuro” recebido 170 votos, a lista A “Universidade Cidadã”  96  e a lista C “Novos Desafios Novos Rumos”  76. A lista B obteve dois  mandatos  e a lista A  um,  por aplicação do método proporcional.  A lista C ficou a 9 votos de um mandato.  A percentagem de votantes foi de 42%. Para saber o que pensam estes movimentos basta procurar e ler os respetivos sítios ou blogues, procurando no Google.

Quanto aos funcionários verificamos que estavam inscritos 823, tendo votado 458, dos quais 271 na lista A (“UM para todos” ) e 148 na lista B. Cada uma das listas teve um mandato também  por efeito da aplicação do método de Hondt. A percentagem de votantes foi de 55%. O sítio “UM para todos” é aquele que mais informação  jurídica tem sobre a Universidade do Minho e as Universidades em geral, sendo, nesse aspeto, reconhecidamente,  um dos melhores do país, sendo pena  somente a sua pouco cuidada apresentação que mal se justifica numa Universidade com excelentes técnicos de informática.

Quanto aos estudantes dos 17.874 inscritos votaram 364, tendo a lista A recebido 253 votos e a lista B 84  votos. Os três mandatos igualmente por aplicação do método proporcional  couberam todos à lista A. Apenas por um voto a lista B não obteve um mandato. A percentagem de votantes foi de 2% (dois por cento).

Estes números dão-nos também uma ideia do número de professores e investigadores doutorados da UM (914) , bem como dos funcionários (823) e dos alunos ( 17.874).

E também da abstenção. Ela é muito elevada mas assusta entre os estudantes. Dois por cento é mesmo muito pouco. Votaram  muito mais funcionários  do que alunos, apesar da enorme diferença no universo global de uns e outros.

Finalmente, a dificuldade de acesso a estes dados que deveriam estar colocados detalhadamente  na primeira página da UM dá-nos uma ideia de como circula a informação na Universidade.   

(Versão revista de texto publicado no Diário do Minho  de 28.5.2014)