quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

A Universidade do Minho: uma história de sucesso

A UNIVERSIDADE DO MINHO: UMA HISTÓRIA DE SUCESSO

Tenho acompanhado a vida da Universidade do Minho, desde a segunda metade da década de setenta do século passado e assim praticamente desde o início, pois a actividade lectiva na Universidade começou em 1975. Lembro-me ainda das aulas na Rua de São Vítor no prédio que é hoje sede da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) e importa lembrar que o primeiro professor de Direito que ali passou foi o Professor João Baptista Machado[1], um dos maiores juristas portugueses do século XX, justamente homenageado  em Vila Verde e em Braga, em 1991, que foi chamado para abrir a Faculdade de Direito da Universidade Católica no Porto, deixando lugar aberto preenchido pouco depois por concurso público.

Era o tempo das Unidades Científico-Pedagógicas que deram origem às diversas escolas actuais. A Universidade do Minho teve a sorte de juntar desde o seu começo  professores  de grande qualidade e visão universitária, não podendo esquecer-se, entre outros, o primeiro Reitor Carlos Lloyd Braga, o Professor Barbosa Romero, o Professor Lúcio Craveiro da Silva ( o primeiro reitor eleito nas universidades portuguesas depois do 25 de Abril)  e, de entre a geração nova,  um conjunto de excelentes professores discípulos de Veiga Simão de entre os quais  saiu, eleito em boa hora, o Professor Sérgio Machado dos Santos, que desenvolveu notável actividade à frente da Universidade durante mais de dez anos (1985-1998).

Foi o tempo em que se concretizou a ideia de que a Universidade do Minho deveria ser uma universidade completa, abrangendo os principais ramos do saber universitário e assim, para além dos ramos da Engenharia,  das Ciências e das Letras,  surgiu o Direito (1993) e  abriu-se caminho nomeadamente para a Arquitectura (1996) e para a Medicina (2000).

A Universidade do Minho tornou-se, de entre as Universidades Novas, a mais completa,  com 12 escolas  e ombreia com a Universidade Nova de Lisboa  em número de alunos ( mais de 20000) e de professores (mais de 1500).

Celebrou-se esta semana o 51.º aniversário da Universidade do Minho e a cerimónia comemorativa reflectiu bem a grandeza e sucesso desta instituição pela informação divulgada e pelas intervenções ocorridas.

Quanto a estas,  releve-se a intervenção do Reitor ( Rui Vieira de Castro),  do Presidente do Conselho Geral (Alberto Martins) e do Ministro da Educação ( Fernando Alexandre), este, não por mero acaso,  saído desta Universidade.  

Como é próprio de uma instituição que não vive sobre si, mas está atenta à região e ao mundo, a preocupação com a perigosa situação internacional actual e o valor, mas também a  fragilidade, da democracia (e a necessidade de a defender intransigentemente) foram  motivos de alerta.

Por outro lado, a nível mais interno, a autonomia universitária e dentro desta a sempre problemática autonomia financeira, a necessidade de cada vez maior internacionalização, bem como a revisão do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), que deve ser devidamente acompanhada,  pelas novidades que apresenta, estiveram presentes numa sessão bem organizada, como é tradição, com o Salão Nobre do Largo do Paço  cheio e transmissão   online.

 

(DM-20-2-25) - texto revisto



[1] O Professor João Baptista Machado foi um estudante-trabalhador. Trabalhou ali perto da AAUM na Fábrica Confiança na parte administrativa (correspondência nomeadamente)