A UNIVERSIDADE DO MINHO: UMA HISTÓRIA DE SUCESSO
Tenho
acompanhado a vida da Universidade do Minho, desde a segunda metade da década
de setenta do século passado e assim praticamente desde o início, pois a
actividade lectiva na Universidade começou em 1975. Lembro-me
ainda das aulas na Rua de São Vítor no prédio que é hoje sede da Associação
Académica da Universidade do Minho (AAUM) e importa lembrar que o primeiro professor
de Direito que ali passou foi o Professor João Baptista Machado[1],
um dos maiores juristas portugueses do século XX, justamente homenageado em Vila Verde e em Braga, em 1991, que foi
chamado para abrir a Faculdade de Direito da Universidade Católica no Porto,
deixando lugar aberto preenchido pouco depois por concurso público.
Era o tempo
das Unidades Científico-Pedagógicas que deram origem às diversas escolas
actuais. A Universidade do Minho teve a sorte de juntar desde o seu começo professores
de grande qualidade e visão universitária, não podendo esquecer-se,
entre outros, o primeiro Reitor Carlos Lloyd Braga, o Professor Barbosa Romero,
o Professor Lúcio Craveiro da Silva ( o primeiro reitor eleito nas
universidades portuguesas depois do 25 de Abril) e, de entre a geração nova, um conjunto de excelentes professores discípulos
de Veiga Simão de entre os quais saiu,
eleito em boa hora, o Professor Sérgio Machado dos Santos, que desenvolveu
notável actividade à frente da Universidade durante mais de dez anos
(1985-1998).
Foi o tempo em
que se concretizou a ideia de que a Universidade do Minho deveria ser uma
universidade completa, abrangendo os principais ramos do saber universitário e
assim, para além dos ramos da Engenharia,
das Ciências e das Letras, surgiu
o Direito (1993) e abriu-se caminho nomeadamente
para a Arquitectura (1996) e para a Medicina (2000).
A Universidade
do Minho tornou-se, de entre as Universidades Novas, a mais completa, com 12 escolas e ombreia com a Universidade Nova de Lisboa em número de alunos ( mais de 20000) e de
professores (mais de 1500).
Celebrou-se
esta semana o 51.º aniversário da Universidade do Minho e a cerimónia
comemorativa reflectiu bem a grandeza e sucesso desta instituição pela
informação divulgada e pelas intervenções ocorridas.
Quanto a estas,
releve-se a intervenção do Reitor ( Rui
Vieira de Castro), do Presidente do
Conselho Geral (Alberto Martins) e do Ministro da Educação ( Fernando
Alexandre), este, não por mero acaso, saído desta Universidade.
Como é próprio
de uma instituição que não vive sobre si, mas está atenta à região e ao mundo,
a preocupação com a perigosa situação internacional actual e o valor, mas
também a fragilidade, da democracia (e a
necessidade de a defender intransigentemente) foram motivos de alerta.
Por outro
lado, a nível mais interno, a autonomia universitária e dentro desta a sempre
problemática autonomia financeira, a necessidade de cada vez maior
internacionalização, bem como a revisão do Regime Jurídico das Instituições do
Ensino Superior (RJIES), que deve ser devidamente acompanhada, pelas novidades que apresenta, estiveram
presentes numa sessão bem organizada, como é tradição, com o Salão Nobre do
Largo do Paço cheio e transmissão online.
(DM-20-2-25) - texto revisto
[1] O
Professor João Baptista Machado foi um estudante-trabalhador. Trabalhou ali
perto da AAUM na Fábrica Confiança na parte administrativa (correspondência
nomeadamente)