O
conselho geral da Universidade do Minho, constituído por 23 membros,
é uma espécie de parlamento da universidade, no qual os estudantes têm
uma importante participação através de 4 (quatro) elementos eleitos
pelos seus pares.
O conselho geral é ainda composto por 12
professores/investigadores eleitos de entre eles, 1 funcionário
eleito pelo corpo de funcionários e por 6 membros, estes já externos à
Universidade cooptados pelos 17 membros eleitos.
Também se pode comparar, como já temos escrito, o conselho geral a
uma assembleia municipal (que, por sua vez, é um parlamento local) pelos
poderes que tem.
O voto dos estudantes no conselho geral é por vezes decisivo,
principalmente quando há , e acontece muitas vezes , divergências de
opinião entre os restantes membros, particularmente entre os
professores. Com o voto dos estudantes elege-se o reitor e cooptam-se os
elementos externos, aprovam-se orçamentos e contas e tomam-se
deliberações do maior relevo para a Universidade.
Por isso, deve estranhar-se que muito recentemente (5 de junho de
2019) tenham sido eleitos 4 estudantes com o voto de 241 deles, num
total 19.130. Houve 43 votos em branco. Votaram, pois, 1,2% dos
estudantes e a abstenção foi, assim, de quase noventa e nove por cento
(98,8%).
Sabemos que houve apenas uma lista, mas isso não justifica tudo.
Por haver apenas uma lista, maior preocupação deveria existir para que se registasse uma participação minimamente relevante.
Algo está errado quando não votam 18.846 de 19.130 alunos. E se isto não sobressalta ninguém, pior ainda. Os estudantes saem
mal desta situação, mas a academia em geral também! A legitimidade
jurídica desta eleição não está em causa, mas todas as outras
importantes legitimidades estão.
PS - Existem comboios suburbanos rápidos Braga-Famalicão e
Braga-Trofa e vice-versa. Não existem comboios rápidos Braga-Porto
(Campanhã) e vice versa. Não existem, mas deveriam existir, pois haveria
maior mobilidade e comodidade para os passageiros (entre eles muitos
estudantes) e menores gastos com material e energia. Os municípios de
Braga, Famalicão e Trofa e Porto não podem estar parados, perante esta
situação. Os seus munícipes merecem mais atenção por parte da CP e da
IP.
(Artigo de opinião publicado no Diário do Minho de 13-6-2019)